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O nome da música e do intérprete, pelamordedeus!!!!!!!!!!!

Combate Rock

26/01/2017 07h00

Marcelo Moreira

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A degradação que atinge o mercado musical é geral e irrestrita, e muitos dos profissionais que trabalham no meio fazem questão de piorar ainda mais o cenário.

As web rádios hoje são uma realidade que engole as emissoras tradicionais em uma velocidade muito maior do que se percebe atualmente.

A segmentação vai correndo pelas bordas e atrai cada vez mais audiência – e nós estamos observando isso no programa de web rádio Combate Rock, no UOL Música Deezer.

Entretanto, ainda tem gente que escuta emissoras de rádio FM em telefones celulares, no carro e até em rádios de pilha portáteis. E muita gente que gosta de rock ainda recorre, na Grande São Paulo, às emissoras que ainda insistem no gênero, como Kiss FM, 89 FM e até, com menos frequência, a Mix FM.

Entretanto, ouvir qualquer uma delas é de tirar a paciência, em um serviço ruim, que nega ao ouvinte informações mais do que básicas. Para que informar o nome das músicas e seus intérpretes?

A praga afetou todas as emissoras, seja de rock ou de qualquer outro gênero. Ao final dos blocos, quando muito, os locutores falam muito rápido apenas o nome dos artistas que tiveram as músicas executadas – isso quando se dão ao trabalho de dizer seus nomes.

O dial paulista se rendeu ao comercialismo puro e simples, de forma explícita e sem a menor vergonha. Locutores e programadores decidiram deliberadamente sonegar as informações ao vivo sobre as músicas e seus intérpretes. As exceções são alguns programas temáticos, dedicados a um artista por uma hora.

Essa postura inacreditável tem uma consequência imediata: o afastamento progressivo dos ouvintes, cada vez menos interessados em conversinhas e piadinhas de locutores, assim como as cada vez mais toscas propagandas radiofônicas.

Sonegar informações ao ouvinte/leitor é o pior pecado que um comunicador pode fazer. É maltratar o ouvinte da pior forma possível.

Em um mundo com informações cada vez mais rasas e difusas – e raríssimas vezes, com qualidade -, soa uma provocação quando os locutores, por ordem superiores às vezes, não informam o que tocaram ou quem tocou.

Retomei o hábito tempos atrás, no dias de folga em fins de semana, de escutar rádio em casa, na hora do almoço. De vez em quando, isso acontece a pedido de uma criança de sete anos, que despertou novamente para o rock.

Na maioria das vezes, quando o locutor insiste em não dizer o nome da música e do artista, eu informo quem foi que "cantou".

No entanto, no último domingo, 22 de janeiro, uma música bacana, que eu não conhecia, assim como seu intérprete, tocou e a menina ficou alerta: gostou do que ouviu. A pergunta foi inevitável: quem é? O locutor da Kiss FM passou batido essa e por outras vezes.

E raríssimo algo diferente tocar no dial – em geral, são sempre as mesmas músicas e os mesmos artistas. Então, de repente, há uma recaída e a programação normal surpreende com uma música legal e "quase" rara.

Quem é? Qual o nome da música? Esqueça, nas emissoras de rádio de São Paulo, você não terá essa informação. Portanto, desisti do rádio de forma definitiva.

Minha atenção agora será direcionada às web rádios, quase todas, sem exceção, com um respeito imenso pelos ouvintes e fazendo da informação o seu bem mais precioso.

Há exceções: na Kiss FM e na 89 FM, os programas específicos ainda se preocupam com isso – caso do "Backstage", de Vitão Bonesso, "Filhos da Pátria", de Clemente Nascimento, "Nas Pegadas de Andreas Kisser" e em alguns outros. Mas isso era de se esperar, já que são programas especiais e específicos, quase autorais.

Na programação normal, só consigo citar o mestre Walter Ricci, da Kiss, que faz de seu horário um oásis, já que parece ser o único com autonomia para tocar coisas diferentes – sua programação tem por base seu acervo pessoal imenso e cheio de raridades.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
Contato: contato@combaterock.com.br

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