O melhor metal nacional hoje começa com H: Hibria e Heaviest
Marcelo Moreira
Crise econômica e desinteresse do público para consumir e assistir a bandas nacionais de rock pesado. O cenário não é animador, mas esqueceram de dizer isso para duas bandas entraram em 2016 com tudo: Hibria e Heaviest.
O duplo H lançou os dois dos três melhores álbuns de rock pesado entre as bandas brasileiras, ao lado do excelente "Forged by Fury", do Krisiun, e mostraram que estão na contramão do mercado restrito e contraído.
O gaúcho Hibria, com mais de 15 anos de carreira, resolveu apostar em um caminho um pouco diferente, investindo em novas sonoridades.
O peso ainda está lá – e cada vez mais pesado, com timbres modernos de guitarra, acompanhando uma certa tendência de afinações mais baixas. Entretanto, mais influências musicais podem ser observadas no ótimo "Hibria", o álbum mais recente.
Há muito mais groove, e as guitarras estão mais trabalhadas, com arranjos interessantes em meio a um uso parcimonioso de teclados e até saxofone em algumas músicas.
"Acredito que nosso novo trabalho tem grande potencial, pois os dois últimos álbuns foram muito bem no exterior e também tiveram ótima repercussão no Brasil. Isso aumenta a responsabilidade, mas também amplia horizontes e a satisfação", diz o vocalista Iuri Sanson.
O novo momento fica explícito em "Pain", que abre o trabalho com uma porrada e um trabalho vocal extraordinário de Sanson. A agressividade é mantida nas boas "Tightrope" e "Ghosts", com as guitarras comandando as canções, para logo em seguida aparecer a cadenciada e poética "Legacy" e a estranha e intrincada "Ashamed", com seu clima oriental.
Merecem destaque ainda a forte "Fame" e a a agressiva "Words", que encerram o CD. "Nosso som está mais moderno", revela Sanson. "Temos uma abordagem que abrange um som pesado, com guitarras mais fortes e pesadas, mas que abrem espaço nas músicas para a incorporação de elementos de funk, jazz e blues, misturando todas as nossas influências. Estou muito empolgado com nosso novo trabalho."
Já os paulistanos do Heaviest são músicos experientes, embora a banda tenha pouco mais de um ano. O convite ao cantor Mario Pastore (Pastore, ex-Destra, entre outros) foi o toque de qualidade que faltava para aprofundar o peso do quinteto.
Enquanto o Hibria mergulha em sonoridades mais densas e gordas dos timbres de afinação baixa, lembrando as bandas norte-americanas de metalcore e mesmo Mastodon e Lamb of God, O Heaviest opta por um heavy tradicional, com um som potente que remete a Iron Maiden em algumas passagens, com um som mais limpo e na cara.
"Nowhere" é o primeiro CD do grupo, lançado em junho de 2015 e que rapidamente subiu nas listas de melhores do ano. O trabalho instrumental é primoroso, mas o destaque é Pastore, com seu vocal potente e alto, mas com versatilidade suficiente para atingir notas muito altas e cantar de forma limpa e agressiva.
A faixa-título e primeiro single/vídeo é a melhor: rápida, enérgica e muito pesada, assim como "Buried Alive", que abre o trabalho – aqui as guitarras são ainda mais velozes, com solos inovadores e sinuosos.
"Betrayed" exige bastante do vocalista, que conduz a melodia de forma intrigante, deixando espaços para que a guitarra solo brilhasse. "Time" e "Ressurrection" são outros bons destaques deste interessante trabalho que está sendo distribuído na Europa pelo selo alemão ProgPower.
As duas bandas fazem hoje o melhor metal nacional – e olhe que a dificuldade de se estabelecer os melhores é difícil, em razão de ótimos trabalhos sendo lançados desde 2014.
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