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Quarentão, álbum ‘Born to Run’ deu início ao estrelato de Bruce Springsteen

Combate Rock

29/08/2015 21h06

Rafael Franco – publicado originalmente no site Roque Reverso

O álbum "Born To Run" completa 40 anos de seu lançamento neste dia 25 de agosto de 2015. Com a faixa-título que foi um dos primeiros grandes sucessos de Bruce Springsteen, o disco começou a pavimentar de forma concreta a consagrada carreira de um dos mais influentes músicos da cultura norte-americana, que conquistou legiões de fãs em todo mundo e se tornou uma referência com seu estilo de cantar, com sua voz quase rouca e levada inconfundíveis para descrever as longas letras de suas músicas, que fugiam do uso do habitual refrão.

Caracterizado por fortes introduções instrumentais no piano, além do sax de Clarence Clemons como marcas registradas de uma então emergente banda que depois se consagraria como a respeitada E Street Band, o "Born to Run" foi considerado por alguns críticos como o principal álbum da discografia de Bruce Springsteen. Em 2003, a revista Rolling Stone chegou a colocá-lo na 18ª colocação em uma lista de 500 melhores discos de todos os tempos eleitos pela prestigiosa publicação.

Terceiro disco de estúdio da carreira de Bruce, o "Born to Run" significou um salto na carreira também pelo fato de ter sido o seu primeiro gravado em um estúdio grande, o Record Plant, em Nova York, onde foi produzido entre 1974 e 1975.

Para completar, trouxe como novidades duas trocas em sua banda de apoio. O tecladista David Sancious e o baterista Vini Lopez, virtuosos nos instrumentos, foram substituídos por Roy Bittan e Max Weinberg, menos chamativos, mas não menos competentes. Eles se juntaram a Clemons, Garry Tallent (baixo) e Danny Federici (órgão).

Como resultado destas trocas e do bom trabalhado realizado pelos produtores Mike Appel e Jon Landau, também cantor, além do próprio Springsteen, que participou diretamente da produção do disco, o que se viu foi um som grande em instrumentalidade, com camadas de guitarra, de eco nos vocais, além de teclados e bateria marcantes, entre outras qualidades, como a gaita tocada por Springsteen.

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Para se ter uma ideia da importância que este disco tem para a carreira de Bruce, em 14 de novembro de 2005 começou a ser vendida uma edição especial de aniversário de 30 anos do álbum, que ganhou uma versão remasterizada, além de dois DVDs, sendo um deles contendo um filme que conta como foi a produção do "Born to Run" e o outro trazendo um show.

O quarentão álbum de 1975 é aberto com um dos principais clássicos da carreira de Bruce: "Thunder Road". Com arranjo primoroso, a música ajudou a alavancar o que viria a se tornar, disparado, o primeiro grande sucesso comercial da carreira do cantor de New Jersey, que então ainda não havia conseguido emplacar com os seus dois primeiros álbuns.

A canção atingiu a terceira posição da Billboard e chegou a ser eleita a 21ª melhor música de todos os tempos pela Rolling Stone.

Com "Thunder Road" e "Born to Run" como carros-chefes, o disco também é fechado em grande estilo com a longa Jungleland, de mais de oito minutos de duração, que contém um lindo solo de sax de Clemons, além do característico piano e guitarra marcantes. "Tenth Avenue Freeze-out", "Night", "Backstreets", "She's the One" e "Meeting Across The River" são as outras cinco faixas do álbum de apenas oito músicas, todas honestas e bem arranjadas, refletindo o fato de que Bruce conseguiu produzir ali o seu primeiro sólido disco.

Com letras expansivas, que falam muitas vezes em deixar para trás os fracassos do passado e olhar para frente, o disco permitiu também que, pela primeira vez, Springsteen pudesse fazer turnê fora dos Estados Unidos, chegando à Europa, continente no qual conseguiu começar a expandir seus horizontes de forma essencial para o sucesso global de sua carreira.

Carreira que, depois, se consolidaria e atingiria o auge com o consagrado "Born in the USA", que vendeu mais de 15 milhões de cópias apenas nos Estados Unidos e cujas 12 faixas ele, por muitas vezes, toca em um único show, como aconteceu em sua aparição no Rock in Rio de 2013. Na capital carioca, ele tocou as 12 na mesma ordem do disco.

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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