Com lotação esgotada, Krisiun e Korzus brilham em São Paulo
Marcelo Moreira
O metal dominou o final de semana paulistano com duas grandes celebrações, uma no Sesc Belenzinho (SP Metal 30 Anos) e outra no Centro Cultural São Paulo, com shows de música extrema. A pergunta que todos fizeram: por que tudo no mesmo dia – ou nos mesmos dias?
Com lotação esgotada e ambiente intimista, Krisiun e Korzus mostraram porque estão no "top 5" do rock brasileiro de nível internacional. As duas bandas soman quase seis décadas de experiência e qualidade.
Contribuiu para a lotação da sala Adorniran Barbosa, no Centro Cultural, o preço mais baixo do que o normal. A fila de fãs saia do local e se estendia pela calçada – coisa semelhante ocorreu no dia seguinte, com o Korzus.
Atualmente, o Krisiun é o principal representante do heavy metal brasileiro no exterior e um dos maiores nomes do metal extremo mundial. Neste momento, Alex Camargo (baixo/vocal), Moyses Kolesne (guitarra) e Max Kolesne (bateria) estão se preparando para lançar o tão aguardado novo álbum "Forged In Fury", no próximo dia 7 de agosto, via Century Media Records.
Este trabalho foi produzido por Erik Rutan, frontman do Hate Eternal, ex-guitarrista do Cannibal Corpse e que já trabalhou com Madball, Agnostic Front, Six Feet Under, entre outros. As gravações aconteceram no Mana Recording Studios, Flórida (EUA).
O trio gaúcho ficou encantado por tocar na pequena arena quadrangular, com o púbico em volta. "Meio estranho para gente tocar aqui, como se fosse um ensaio, todo mundo em volta, mas tá valendo. Com todo mundo em cima, vai ser intenso", brincou o baixista e vocalista Alex Camargo.
O show de sábado (25) atrasou um pouco, mas o Krisiun não perdeu tempo: engatou a quinta marcha e fez uma apresentação arrasadora, pesada e muito barulhenta, com a equalização dos instrumentos quase perfeita. Pena que foi curta, porque a organização obrigou o final do show após uma hora e quinze minutos de show – normas da casa.
Uma música nova, do próximo álbum a ser lançado, foi executada, mas os temas clássicos predominaram, como "Kings of Killing", "Bloodcraft", "The Will to Potency", "Blood of Lions", "Combustion Inferno" e "Vicious Wrath", entre outras.
Foi rápido, intenso e de altíssimo padrão, como ocorreu no festival de rock de Araraquara dias antes. A questão que fica: é preciso um grande nome para movimentar a cena roqueira brasileira?
Korzus e Capadocia
No dia seguinte, um agradável domingo à tarde (26 de julho), o Korzus teve a missão de manter o nível do Krisiun. E conseguiu, com uma apresentação memorável, explorando ao máximo seus dois grandes álbuns recentes, "Discipline of Hate" e "Legion".
A banda Capadocia, do ABC, mostrou qualidades na abertura, ousando em um metal mais moderno, gritando, barulhento e cadenciado. Por ser uma atração ainda recente, está buscando os seus timbres e calibrando as misturas sonoras.
O bom álbum "Leader's Speech", a estreia da banda em CD, foi a base do espetáculo. Agradou a plateia, embora o estilo, sem muitas novidades e um pouco repetitivo, tenha se ser um pouco mais aprimorado. Entretando, o Capadocia aproveitou bem os 40 minutos.
Rapidamente o Korzus entrou no palco para detonar, já que tinha apenas pouco mais de uma hora para tocar. E o quinteto paulistano fez um grande show, com a mesma intensidade do Krisiun.
O som estava um pouco fora da equalização – as microfonias denunciaram -, mas os cinco loucos nem ligaram: passaram o rolo compressor por cima e mostraram um death metal antigo com sonoridade moderníssima, com a dupla de guitarristas massacrando os ouvidos.
A sequência de pauladas foi insana: "Correria", "Mass Illusion", "Discipline of Hate", "Never Die", "Guilty Silence", "Ties of Blood", "Raise Your Soul", "Truth", "I Am your God", "What Are You Looking For"…
O entrosamento entre Heros Trench e Antonio Araújo é absurdo, com timing perfeito, e eles aproveitaram bem o esquema da sala Adoniran Barbosa, quadrangular e que oferece interação maior com o público.
O destaque na parte final foi a homenagem que o baterista Rodrigo Oliveira fez ao filho Christian, de 16 anos, que assumiu a bateria em uma das músicas – e o moleque mostrou que toca muito bem.
Foram dois dias de metal extremo brasileiro e com casa lotada, embora as bandas que tocaram sejam gigantes. Quem sabe o local não vira um encontro mensal de fãs de metal para bandas nem tçao estreladas, em um monento onde há poucos locais no Brasil para o rock autoral?
Sobre os Autores
Sobre o Blog
Contato: contato@combaterock.com.br
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.