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Rock é música de elite em São Paulo, aponta pesquisa

Combate Rock

15/07/2015 12h00

Marcelo Moreira

O rock é coisa de elite em São Paulo. Essa é a principal conclusão da pesquisa Cultura em SP, encomendada  pela empresa JLeiva Cultura & Esporte ao Instituto Datafolha no primeiro semestre, com apoio do Sesc-SP e da Secretaria Estadual de Cultura. Os dados foram divulgados no final de maio, em um evento no Centro Cultural São Paulo.

A pesquisa Cultura em SP ouviu quase 8 mil pessoas em 21 cidades paulistas, em um levantamento dos hábitos culturais dos paulistas. O que chamou a atenção, segundo os pesquisadores, foi que fatores como renda e escolaridade têm grande impacto nas escolhas culturais, principalmente em relação aos estilos musicais. Enquanto o rock faz muito mais sucesso entre as classes A e B, a música gospel e o sertanejo são bem mais ouvida entre as classes D e E.

O levantamento mostra que sertanejo, MPB, rock, gospel e samba são os cinco ritmos preferidos nos 21 municípios pesquisados. O sertanejo lidera a lista com folga (44%); já os outros ritmos têm a preferência variando de acordo com a condição social do entrevistado.

Rock e MPB, por exemplo, fazem muito mais sucesso entre a elite do que entre os mais pobres. Nas classes A e B, a MPB é o estilo preferido de 33% dos entrevistados e o rock, de 28%. Já nas classes D e E, os dois ritmos só são citados como preferidos por 13% e 7%, respectivamente.

Com a música gospel acontece o contrário: é o ritmo preferido de 25% dos entrevistados da base da pirâmide, mas só é citado como o predileto por 13% dos que estão no topo.

A escolaridade também tem grande impacto. Entre os entrevistados com ensino superior, MPB (48%) e rock (39%) lideram com folga a lista dos ritmos preferidos. Por outro lado, entre os que têm apenas o ensino fundamental, a preferência pelos dois ritmos cai para 16% e 8%, respectivamente.

Já o impacto da escolaridade sobre a música gospel é semelhante ao da renda: entre os entrevistados com ensino superior, o ritmo é citado como o preferido por 11% dos entrevistados, ao passo que esse número sobe para 19% entre aqueles que têm apenas o ensino fundamental completo.

As preferências variam de acordo com a idade. Rock, pop, rap, funk e música eletrônica são bastante populares entre jovens e adolescentes. Em compensação, a preferência por forró, gospel, samba, sertanejo e MPB cresce conforme aumenta a idade do entrevistado.

Além de mapear os gostos musicais nos 21 municípios analisados, a pesquisa também traçou um perfil do público que frequenta shows e concertos e fez uma estimativa das possibilidades de crescimento das plateias no estado.

A frequência a shows é relativamente alta – 46% dos entrevistados disseram ter ido a um espetáculo do gênero no último ano – mas ainda tem potencial de crescimento. Entre os que não foram no último ano, 26% disseram ter interesse médio ou alto pela atividade, o que indica que o público de shows no estado tem potencial para crescer cerca de 50%.

O público atual de concertos é menor – apenas 12% dos entrevistados disseram ter realizado esta atividade no último ano – mas pode até dobrar, levando em consideração que, entre quem não foi a casas de espetáculos no último ano, 25% demonstraram interesse médio ou alto pelo programa.

Os dados sobre o perfil do público que vai a shows e concertos nos 21 municípios pesquisados revelam que renda e escolaridade também influenciam na frequência a essas atividades. Quem foi a espetáculos musicais no último ano tem renda mais alta, maior escolaridade e realiza mais atividades culturais do que o conjunto da amostra.

Os 21 municípios abrangidos pelo trabalho são: Araçatuba, Barretos, Bauru, Botucatu, Campinas, Diadema, Franca, Guarulhos, Jundiaí, Osasco, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté e Tatuí.

 

 

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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