Rock in Rio, Metallica, Whitesnake e mais do mesmo de sempre
Marcelo Moreira
O Rock in Rio acaba de criar uma nova categoria de atrações: os artistas residentes ou permanentes. Só isso é capaz de explicar a escalação do Metallica para a nova edição de 2015, a sexta participação do ícone thrash norte-americano. Agora só faltam Iron Maiden e Guns N'Roses para completar o time das atrações "fixas".
Ainda que entendamos que o festival é gigante e precisa dar lucro e gerar renda para se pagar – e manter o nome;marca em alta -, a opção cada vez se consolida: artistas populares que garantem público, mesmo que para isso seja necessário repetir incessantemente as atrações.
Assim como o Monsters of Rock preferiu investir nos mesmos de sempre – Ozzy Osbourne, Kiss, Motorhead, Judas Priest -, o Rock in Rio, a cada edição muito menos rock, apostou no certo e no de sempre. Ousadia, audácia, criatividade, inventividade? Esqueça, isso ocorreu nas duas primeiras edições. Mais do mesmo e assim será até o final dos tempos, para desgosto de muitos.
E o que dizer então do Whitesnake anunciando um álbum de "versões" (covers) para breve? Ah, mas não será um álbum qualquer de covers quaisquer. a banda liderada por David Coverdale resolveu gravar algumas músicas do… Deep Purple! E músicas dos álbuns "Burn", "Stormbringer" e "Come Taste the Band", lançados entre 1974 e 1976, justamente quando Coverdale era o vocalista principal do Purple. Então quer dizer que ele vai fazer covers de si mesmo?
Mais do que inexplicável, é insano pensar que uma das grandes bandas de hard rock de todos os tempos vai manchar sua carreira como uma iniciativa estapafúrdia dessas. E nem se trata de de especular sobre a qualidade eventual do material. O que se questiona é o porquê de se desperdiçar tempo de estúdio e dinheiro para regravar músicas do Deep Purple.]
Uma coisa é fazer isso em shows, dedicar parte de uma apresentação à íntegra de um álbum ou a música de uma banda, como o Gov't Mule, a sensacional banda de blues rock norte-americana, faz de modo brilhante. Se o Whitesnake fizesse isso, ao vivo, faria algum sentido. Mas gravar covers de si mesmo, como é o caso presente do Whitesnake?
Vexame menor é do Scorpions. Motivo de piada depois de anunciar uma "turnê de despedida", mas sem despedida, a banda alemã aparentemente esqueceu de acabar e acaba de lançar um novo álbum com músicas inéditas. Apenas razoável, "Return to Forever" ("Volta para Sempre, na tradução; será uma ameaça?) ao menos mostra uma tentativa de produzir algo diferente e inédito. Ainda que o resultado seja aquém do esperado (e é), os alemães arriscaram. Merecem alguns elogios por isso.
Escute e veja abaixo "Stormbringer", a nova versão de um clássico do Deep Purple, agora com o Whitesnake. Em seguida, ouça o álbum novo inteiro do Scorpions, que foi disponibilizado na íntegra pela banda no YouTube.
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