Marcelo Moreira

– Amen Corner – Nome frequente nas listas de melhores bandas de black metal nacional, o Amen Corner lança "Under the Whip and the Crown". Peso descomunal e todo tipo de invocação explodem nos altos-falantes e trazem uma música desgracenta e violenta, blasfema e destruidora. A avalanche de riffs, tradicional do grupo, é o destaque em "Jerusalem Fell" e tambem na maioria das outras músicas. Os solos de guitarra também impressionam em meio ao pandemônio. Um dos trabalhos mais impactantes do ano.

– Ignited – "Steelbound", dos catarinenses do Ignited, é uma avalanche de clichês e incorporações de tudo o que é mais saliente no heavy metal tradicional oitentista – e dá-lhe doses generosas de Judas Priest e Saxon, mesmo que as guitarras estejam revestidas de timbres modernos. O resultado é bom e agradável, com bastante energia e solidez. É uma trilha sonora que não faz feio em um churrasco ou festa com gente de muito bom gosto para o rock pesado. Não busque aqui originalidade, pois não era essa a intenção. "Living in the Dark" é a faixa mais interessante.

– Dirty Grave – Fica difícil encarar um som semelhante ao do Black Sabbath sem cair na mera imitação do Black Sabbath. O doom metal é um subgênero complicado e são poucas as bandas com estofo para encarar. A banda Dirty Grave, do interior de São Paulo, passou no teste no álbum "Sin After Death". Acertou nos timbres das guitarras e conseguiu criar aquele "climão" funesto e denso, bem, ao estilo escandinavo, com referência direta a Candlemass. A torrente de riffs conduz as ótimas músicas "Turn Off All My Fear" e "When Lucifer Touches Your Soul".

– Comando Etílico – O nome induz a uma imagem errônea, a de um hard rock safado e contagiante do estilo Baranga ou Motorocker, bebendo no AC/DC até morrer. O som é bom, só que é mais pesado, caindo de cabeça naquela verdadeira escola oitentista estrangeira e nacional. Nada de novo, é claro, nem mesmo uma pitada de ousadia, mas sobra competência no trabalho de guitarras, por exemplo, no álbum "Heavy Metal Réu". Música boa para curtir em festa ou em longas viagens, com as canções "Infectado pelo Metal" e "Maldição". Quer coisa mais 80's do que isso?

– Oráculo – Outra banda brasileira que não tem medo de repisar os clichês do metal em busca de uma diversão. "Disciples of Metal" é simples, direto e sem pompa, transitando entre o power e o tradicional. Nenhuma novidade, é claro, mas essa banda nordestina injeta garra e animação bem acima do normal. "House of Doom" é a canção mais legal.