As grandes vozes do rock - é possível escolher o melhor? - parte 5
Combate Rock
19/06/2020 06h46
Marcelo Moreira
Paul Rodgers – O melhor cantor do mundo, disse certa vez Rod Stewart. Charmoso, bluesy e extremamente consciente de seu poder de interpretação, Rodgers é daqueles cantores que cantam com a alma aflorada, do tipo Joe Cocker, Otis Redding e Sam Cooke. Seja no blues, com Free, ou no hard rock, com o Bad Company, sua voz se agiganta e toma conta do ambiente. É a comprovação de que a voz é um instrumento poderosíssimo.
John Wetton – Baixista e vocalista, reúne praticamente as mesmas características do conterrâneo Greg Lake, só que sem a mesma potência e sofisticação. O tom é parecido, aveludado, suave, mas com precisão e certa empostação. Manteve-se contido no Kng Crimson, mas soltou-sem mais no UK e brilhou no Asia.
Jon Anderson – A voz angelical do rock progressivo estabeleceu um padrão de qualidade difícil de atingir, a ponto de compor músicas adequadas para o seu timbre de voz agudo e alto, o que desagradou várias vezes os seus colegas de Yes. A delicadeza e a suavidade de sua voz escondiam uma força notável que se espalhava por uma variedade grande de composições com sua banda e com colaboradores, como Vangelis. Assim como guitarristas são reconhecidos nas primeiras notas e pelo timbre, a voz de Anderson é marca registrada do Yes e do rock progressivo.
Greg Lake – Baixista com voz de trovão, estabeleceu um padrão vocal no rock progressivo, assim como Jon Anderson. No Emerson, Lake and Palmer ele expandiu as possibilidades já demonstradas no King Crimson. O grave se tornou um recurso indispensável em suas interpretações, adicionando um aspecto de sofisticação para sempre associado à musica de seu trio.
Alice Cooper – Se não tinha a técnica e a extensão vocal dos outros grandes, usou e abusou de sua alta capacidade de interpretação. Showman de primeira grandeza, exímio contador de histórias, ator respeitável, conseguiu estabelecer um padrão inimitável dentro do rock pesado e conseguiu algo improvável para quem não tinha uma voz privilegiada: criar um estilo próprio vinculado diretamente a sua música. Essas características podem ser aplicadas também a Ozzy Osbourne, que jamais poderia ser considerado o melhor de todos, mas foi um dos poucos a criar marcas e estilos inconfundíveis. O Black Sabbath seria o que é sem a voz de Ozzy?
Sobre os Autores
Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.
Sobre o Blog
O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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