Eddie Jobson, fera do rock progressivo, completa 65 anos
Combate Rock
07/05/2020 17h00
Marcelo Moreira
Era um garoto como qualquer outro que gostava de rock e achava que poderia ser um astro. Mas com um violino?
Eddie Jobson era esperto, imponente e ousado. Com um violino, impressionava quem o visse tocar e começou a embasbacar os principais músicos de rock progressivo da Inglaterra antes dos 20 anos de idade na primeira metade dos anos 70 e se tornou, finalmente, um dos astros que sempre ambicionou se tornar.
Inquieto e virtuoso, Jobson completou 65 anos de idade neste mês de abril e escreveu algumas das páginas mais incandescentes do rock progressivo. Passou por King Crimson, UK, Roxy Music, Yes, Jethro Tull e, rapidamente, pela banda de Frank Zappa.
Na verdade, era multi-instrumentista. Consegue tocar qualquer coisa. O violino foi a primeira paixão e o motivo de se destacar no rock. No entanto, como a gaita de boca no blues, o violino sempre acabou como coadjuvante no rock, o que obrigou Jobson a se desdobrar também nos teclados, e com competência.
Quando tinha 17 anos em 1972, tocava em uma banda chamada Fat Grapple, que abriu shows da banda Curved Air e, pouco depois, Jobson substituiu Darryl Way no violino. Er ao começo da ascensão rápida que o tornaria um músico muito requisitado.
E foi assim que tocou com Bryan Ferry em sua carreira solo e no Roxy Music ainda nos anos 70, o que o fez conhecido e recomendado para tocar com Zappa entre 1976 e 1977.
Em 1977, Jobson ajudou a formar o supergrupo de rock progressivo UK. Inicialmente, a banda também incluía ex-membros do King Crimson como Bill Bruford (bateria) e John Wetton (baixo e vocal), além do guitarrista Allan Holdsworth.
Não durou muito, mas foi o suficiente para que Ian Anderson o recrutasse pra uma das formações mais "rápidas" do Jethro Tull, tocando violino, violino elétrico e teclados.
O que pouca gente sabe é que ele fez parte por algumas semanas do Yes quando de seu retorno, em 1983. A banda, que era Cinema, contava com Trevor Rabin (vocais e guitarra), Chris Squire (baixo), Alan White (bateria) e Tony Kaye (teclados).
No meio do caminho, Jon Anderson visitou o estúdio onde os ensaios ocorriam, em Los Angeles, para visitar os amigos Squire e White. Adorou o que ouviu e se "convidou" para entrar na banda. Acertos feitos meio a contragosto, todos aceitaram o novo arranjo e a banda voltou a se chamar Yes (o nome era de Squire).
Kaye teve uma certa desavença com Squire e Anderson e saiu de forma intempestiva, e Jobson foi o nome imediatamente levantado para substituí-lo, ficando responsável pelos teclados e violino.
De forma surpreendente, pouco tempo depois, Kaye acertou o seu retorno e Jobson, indignado, se retirou depois de recusar o posto de violinista e ocasional tecladista.
Como músico renomado, construiu sólida carreira de produtor e instrumentista de estúdio nas décadas de 80 e 90, com participações em centenas de obras de rock e música pop. Até hoje é considerado um dos mais virtuosos e inteligentes músicos do rock e do pop.
Jobson foi convidado a participar do projeto solo de Ian Anderson, que foi finalmente lançado pela Chrysalis Records em 1980 como um álbum do Jethro Tull, "A". Jobson, creditado como um 'convidado especial', tocando teclados e violino elétrico, foi citado em notas de apresentação como fornecendo material adicional. Ele permaneceu com a banda para sua turnê mundial subsequente em 1980-1981.
Jobson foi brevemente membro do Yes em 1983 após a partida do tecladista Tony Kaye. Jobson não gravou nem se apresentou ao vivo com a banda. Suas únicas aparições oficiais com a banda foram em fotografias promocionais e no vídeo de "Owner of a Lonely Heart", mas o vídeo foi lançado depois que Kaye voltou e Jobson partiu. Isso resultou em Jobson aparecendo (embora editado o máximo possível) na versão original do vídeo da música. Jobson declarou em seu site que ele foi convidado a substituir Kaye, e hesitou em fazê-lo até ouvir o novo lançamento da banda e depois ensaiar com a banda em Londres. Ele voltou para sua casa nos EUA como membro pleno do Yes e começou a aprender o repertório da banda. No entanto, várias semanas depois, ele recebeu uma ligação da gerência da banda informando que Kaye estava de volta ao grupo e que os dois estariam dividindo as tarefas do teclado. Jobson recusou e deixou a banda.
Eddie Jobson completa 65 anos!!!
Sobre os Autores
Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.
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