Baixistas anunciam saídas das bandas Nervosa e Javali
Combate Rock
25/04/2020 20h05
Marcelo Moreira
ATUALIZADO ÀS 23H
A quarentena é dolorida e está provocando diversas reações nas famílias, no comércio e na sociedade em geral. No rock, as consequências são dolorosas, seja na na ameaça à existência da Galeria do Rock, seja na formação de bandas brasileiras importantes.
As bandas paulistas Nervosa e Javali viram seus baixistas e vocalistas anunciarem suas saídas em plena era de isolamento social.
O trio feminino Nervosa sacudiu o mercado neste sábado pelas redes sociais. A baixista e vocalista Fernanda Lira, em longo e delicado texto, declarou que não faz mais parte da banda, uma informação que surpreendeu a todos.
Misteriosa, há pouco dias ela comunicou que estava prestes a encabeçar um novo projeto na música, uma banda nova, sem dar sinais de que estaria se despedindo do trio.
Foram três álbuns e um EP ao lado da guitarrista Prika Amaral, a fundadora da banda, e da baterista Luana Dametto. O mais recente disco, "Downfall of Mankind", frequentou listas de melhores do ano no Brasil e no exterior em 2018 e ajudou a levar o trio a várias turnês pela Europa e pelos Estados Unidos.
Não é exagero dizer que a Nervosa hoje era uma das cinco mais importantes banda de metal do Brasil em termos de repercussão no exterior, ao lado de Sepultura, Krisiun, Angra e Noturnall.
O texto de Fernanda é longo e vago. Não esclarece o que ocorreu e nem seus próximos passos, De forma estranha, não cita o nome das duas ex-companheiras e evita referências mais elogiosas à Nervosa.
De forma direta, apenas o título do texto, "Adeus à Nervosa", e uma frase na primeira linha, dizendo que tudo acaba e que seu tempo com a banda estava encerrado.
Respeitando a decisão da musicista, não dá para considerar uma notícia boa por conta de o trio estar no auge e estar em evolução criativa, a julgar pela qualidade do terceiro CD. É um fato lamentável.
Atualização: horas depois da postagem de Fernanda Lira, a baterista Luana Dametto também usou as redes sociais para informar sua saída da banda Nervos, em um texto curto em português e inglês e sem fazer qualquer referência às ex-companheiras, o que é muito estranho e chato. A guitarrista Prika Amaral, fundadora e, aparentemente, a dona da banda, publicou também nas redes sociais um texto no mesmo estilo, agradecendo a todas as integrantes que já passaram pelo grupo, sem mencionar as duas que saem agora, e diz que manterá o sonho de levar á frente a Nervosa, com outra formação. No entanto, de leve, vez menção em seu texto de que as coisas na banda não estavam bem fazia um bom tempo.
No interior de São Paulo, o baixista e vocalista Marcelo Frizzo (na foto, no centro) anunciou de forma rápida, simples e curta que estava deixando o Javali após 28 anos de luta, que renderam quatro CDs de estúdio, um EP e um álbum ao vivo.
Criado em Americana com o nome de Pop Javali, o trio de hard rock de morou a engatar uma sequência firme de álbuns, mas quando isso aconteceu logo se destacou entre as melhores coisas do rock nacional em inglês.
Depois de muita luta, a banda estava em alta, realizando o sonho de uma turnê europeia e o lançamento de um CD ao vivo gravado em Amsterdam, na Holanda.
Ao mesmo tempo, o guitarrista Jaéder Menossi se tornou figura frequente em feiras musicais e de instrumentos nos Estados Unidos, como neste ano de 2020.
A coisa parecia tão séria que o Pop Javali mudou de nome há dois anos, assim como de logotipo, tornando-se apenas Javali e com a promessa de um som um pouco mais pesado, como no mais recente trabalho, o EP "Life is a Song".
No curtíssimo comunicado nas redes sociais, Frizzo apenas mencionou que a decisão ocorreu por razões "estritamente pessoais".
Sobre os Autores
Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.
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