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Uma aula de blues com John Mayall em 'Stories'

Combate Rock

09/04/2020 17h00

Eugênio Martins Júnior – do blog Mannish Blog

Esse trabalho traz o gaitista, guitarrista, pianista, percussionista, produtor e compositor inglês John Mayall às vésperas de completar 70 anos, mas com a mente arejada frente aos Bluesbreakers, então com Buddy Whittington, Tom Canning, Joe Yuele e Hank Van Sickle.
Desde os anos 60, o grupo sempre foi elemento aglutinador de grandes músicos como Jack Bruce, John McVie, Mick Fleetwood, Aynsley Dunbar e, principalmente os guitarristas, Eric Clapton, Mick Taylor – que sairia para entrar nos Rolling Stones transformando a banda de Jagger e Richards numa autêntica banda de rythmn and blues – Coco Montoya, Harvey Mandel entre outros.
E neste CD preste atenção no trabalho do guitarrista texano Buddy Whittington, que já o havia acompanhado em outras empreitadas e também nos teclados Hammond de Tom Canning que dão aquele clima bluesy em quase todos os temas.
Uma vez o Nuno Mindelis me disse que considerava o John Mayall mais um bluesófilo do que um blueseiro. Bom, isso é mesmo. Alguns dos temas aqui apresentados são dedicados a contar a história do blues e seus personagens.
São os casos do tema de abertura Southside Story que recria  as noites em que Little Walter dominava a cena de Chicago, e também Oh, Leadbelly, que paga tributo o lendário guitarrista, cantor e presidiário – que cantava o que vivia ou vivia o que cantava, como preferir. Em Southside a harmônica de Mayall canta bonito.
O folclore do blues também aparece em I Tought I Heard the Devil e em Kids Got the Blues, Mayall homenageia as novas gerações de músicos que se dedicam a tocar blues ao redor do mundo.
O batidão e a letra de The Witching Hour e o climão de Demons in the Night não deixa dúvidas de que estamos falando de New Orleans. A participação do percussionista Lenny Castro em ambas evoca os mistérios e encantamentos da cidade que, assim como a Salvador, é a encruzilhada macumbeira do mundo.
As introduções pianísticas de I Wished I Had e do slow The Mist of Time nos coloca dentro daqueles inferninhos de madeira cheios de dança e malícia que vemos nos filmes.
Blueseiro ou bluesófilo, John Mayall mantêm o caledoscópio girando com a gente dentro dele, curtindo todas as cores da música perpetrada pelos negros fodidos da América no século 20.
Músicas 
1 – Southside Story
2 – Dirty Water
3 – Feels Like Home
4 – Kids Got the Blues
5 – The Witching Hour
6 – Oh, Leadbelly
7 – Demons in the Night
8 – Pride and Faith
9 – Kokomo
10 – Romance Classified
11 – I Wished I Had
12 – Pieces and Parts
13 – I Tought I Heard the Devil
14 – The Mists of Time

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Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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