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'Iron Maiden', o disco, faz 40 anos como o marco zero do metal moderno

Combate Rock

30/03/2020 06h47

Marcelo Moreira

Não foi a obra pioneira, mas pode ser considerada o marco zero do heavy metal como o conhecemos. Essa é a tese de sempre a respeito de "Iron Maiden", a  estreia em disco da banda inglesa que roubou o nome de um grupo conterrâneo surgido e falecido lá nos anos 60.

A NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal) surgiu um pouco antes, em 1979, com o Saxon lançando o seu primeiro álbum, autointitulado, e com o DEff Leppard e Iron Maiden chamando a atenção em clubes de rock agressivo que começavam a abandonar o punk.

Só que os críticos afirmam, quase que de forma unânime, que foi o primeiro LP do Iron Maiden que moldou em todos os cérebros aquilo que viria a se tornar o heavy metal.

O álbum icônico chega aos 40 anos como o símbolo de uma geração que expandiu os limites do underground e rompeu com as amarras de um gênero que ainda vivia de espasmos do moribundo punk rock.

O barulho visceral do punk estava presente nos primórdios do metal e "Iron Maiden" reflete bem isso em muitos dos riffs e nos berros rasgados do cantor Paul Di'Anno, um punk assumido.

Só que havia muito mais. Tinha ecos de Judas Priest, instituição do rock pesado britânico e que era gigante naquela época. As guitarras gêmeas e nem tão gêmeas apareciam aqui e ali, incluindo também duelos entre Dennis Straton e Dave Murray.

Tinha também o ronco possante do baixo de Steve Harris bem à la Thin Lizzy, emulando o som gordo e característico deum dos ídolos, o vocalista e baixista Phil Lynnot.

Emoldurando as pancadas sonoras estavam as boas letras que misturavam histórias de horror, crônicas malditas de uma Londres que parecia em decadência e alguma crítica social.

Mais do que um marco na música pesada, é o ponto de partida para uma saga que tragou todo o planeta a agressividade e a potência em obra de arte.

A música que dá título ao álbum e nomeia a banda é o resumo do furacão que tomaria conta da juventude mais extrema dos anos 80: rápida, incisiva, insinuante, urgente e pesada, quase punk.

Só que o quinteto inglês iria além, diversificando temas e melodias, como a melancólica "Prowler", a quase balada "Remember Tomorrow", a dinâmica "Phantom of the Opera" e a porrada e hit "Running Free".

Como carta de intenções, estava tudo ali para formatar o heavy metal. E foi o som único, característico e arrepiante que capturou as atenções, por exemplo, de um jovem e promissor tenista dinamarquês que morva em Los Angeles.

Foi "Iron Maiden" um dos discos de cabeceira – e certamente o mais influente – de Lars Ulrich, ajundando a decidir entre o tênis e a bateria. Portanto, não está errado quem diz que esse disco ajudou a formar o Metallica, o Exodus, o Slayer, o Sepultura, a Dorsal Atlântica… Convenhamos, não é pouco…

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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