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Irresponsabilidade e confronto: presidente blefa e caminha para o abismo

Combate Rock

24/03/2020 22h55

Marcelo Moreira

Cartaz do Facada Fest

A quantidade de irresponsabilidades cometidas pelo nefasto presidente da República é tanta em 15 meses de (des)governo que já preenchem um anedotário de incompetência e um recheado manual de insanidades.

Entretanto, o pronunciamento à nação de Jair Bolsonaro na noite de 24 de março superou quase todas as impensáveis irregularidades cometidas por um chefe de Estado. Igualou a patifaria que cometeu ao estimular manifestações a seu favor e contra o Congresso Nacional e o STF (Superemo Tribunal Federal). Ele apoiou, inclusive, atos que pediam o fechamento duas instituições, o que é gravíssimo e crime.

Bolsonaro é mentiroso compulsivo e mitômano (acredita nas mentiras e nos lixos que vomita). É perigoso ao extremo e dá sinais de completa instabilidade mental e emocional.

Ao contrariar todos os protocolos mundiais e de especialistas em saúde, o presidente insano atenta contra a saúde pública no caso do combate ao coronavírus.

Mesmo sendo ignorado pela maioria e rechaçado pelos eleitores e cidadãos, como atestam pesquisas feitas pelo Datafolha, insiste em minimizar as gravíssimas consequências da crise provocada pela pandemia.

Coloca a economia acima de todas as coisas e classifica o apoio às medidas restritivas de isolamento social como "histeria coletiva", culpando a imprensa pelo confinamento das pessoas em casa e o fechamento total do comércio nas grandes cidades.

Mais ainda: incinerou e a credibilidade de seu ministro da Saúde e jogou no lixo todo o trabalho feito até agora de combate à pandemia feito pelo seu governo, que é muito, muito ruim.

Bolsonaro é incompetente, incapaz, despreparado e irresponsável. Não é só autoritário e protofascista; não é só preconceituoso, racista, misógino, falso fundamentalista religioso e mentiroso: é também burro, de uma indigência intelectual inaceitável para um chefe de Estado.

Uma das impressões que a estúpida mensagem passou é a de que Bolsonaro se tornou um mau blefador em jogo de cartas. Acuado, desesperado ou simplesmente inconsequente, parece estar partindo para o tudo ou nada na afronta às instituições democráticas, testando ate o limite os preceitos constitucionais de nossa democracia.

Com que intuito? Blefar com cartas ruins nas mãos para criar o caos, mesmo com apoio declinante mesmo entre os antigos eleitores? Será que sua insanidade e sua mente deformada o levaria a tentar um autogolpe sabendo que é altamente improvável o apoio dos militares?

É um blefe e o presidente, ainda assim, resolveu apostar alto, jogando gasolina nas chamas e partindo para o confronto contra toda a sociedade, desde os governadores até antigos fiadores, passando pela imprensa e pelo pouco que existe de competência em seu governo, que é a área da saúde. É um macaco com uma metralhadora nas mãos.

O pronunciamento piorou sensivelmente o ambiente político-social brasileiro em tempos de distanciamento social, confinamento e crise econômica que virou recessão.

Já faz tempo que se discute abertamente o impeachment em vários ambientes, notadamente no Congresso e até entre os militares. Já são três os pedidos atualmente na Câmara dos Deputados, e devem aumentar a partir de hoje.

A oposição começa a buscar alternativas até mesmo ao impeachment, que é demorado e desgastante – haveria como instaurar algum tipo de interdição??????

O projeto de radicalização autoritária do governo testando os limites democráticos e constitucionais erodiu a governabilidade e destroçou o governo, inviabilizando-o.

O que resta a essa altura? Dá para conviver com um ex-presidente em atividade no Palácio do Planalto, irresponsável e sem respeito?

Se foi uma ação deliberada – e tudo indica que foi -, Bolsonaro entrou em uma enrascada e colocou todo o meio político e a sociedade em um dilema/sinuca de bico, com quase zero por cento de chance de manobra e espaço para conciliação.

Resistir agora é mais do que obrigação, por mais que entendamos que Bolsonaro perdeu todas as condições de governar. São enormes as possibilidades de se tornar um fantasma em mais três improváveis anos de governo. Teremos estômago e paciência para tolerar um zumbi na presidência até 2022?

P.S.: Gostaria muito de gargalhar com as reações dos "amigos" e "ativistas de Facebook", principalmente os "conservadores" roqueiros, que em geral que votaram e ainda apoiam a excrescência que, por enquanto, ainda ocupa a Presidência da República. Arrependimento? Pedirão perdão? Haverá autoimolação em público?

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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