Wee Willie Walker, outro bluesman que amava o Brasil, morre aos 78 anos
Combate Rock
20/11/2019 06h27
Marcelo Moreira
O sorriso enorme era constante, principalmente quando conhecia pessoas novas apresetadas por grandes amigos. Não havia dificuldade que o entristecesse, ao menos na frente dos amigos e cmpanheiros de palco. E assim Willie Walker levava a vida. Adorava viajar pelo interior de São Paulo nos circuitos do Sesc. "Parece o interior dos Estados Unidos. É verde, é lindo, é tranquilo."
Walker morreu nesta terça-feira, nos Estados Unidos, aos 78 anos de idade, em consequência de um ataque cardícaco. Esteve recentemente no Brasil para yuma extensa turnê, sempre ao lado de um de seus maiores admiradores, o guitarrista brasileiro Igor Prado.
Natural de Memphis, no Tennessee, tinha voz privilegiada e um senso musical extraordinário, fato que o levou a Chicago para cantar com os maiores mestres do blues.
Para os brasileiros, Walker foi uma descoberta, mesmo que um pouco tardia. E o país também foi uma descoberta para ele.
"A conexão que tenho com o Brasil é algo difícil de explicar. Um povo musical e que sabe apreciar música. Gosta de blues mesmo com uma cultura local tão rica", disse certa vez em uma de suas passagens por aqui.
Muita gente lamenta que os grandes do blues estavam morrendo, citando sempre B. B. King e John Lee Hooker, e isso obscurecia o trabalho de operários da música que, mesmo não atingindo as glórias dos citados, transformavam o que seria simples entretenmento em devoção e exemplo de comprometimento.
Walker era um desses operários do blues, assim como outra figura lendária, J. J. Jackson, que também amava o Brasil (chegou a morar em pensões e apartamentos na rua Bela Cintra, na Bela Vista, em São Paulo) e que morreu não faz muito tempo.
Como homenagem ao mestre da voz blueseira de Memphis e Chicago, disponibilizamos aqui a última entrevista de Wee Willie Walker a um veículo brasileiro. O jornalista santista Eugênio Martins Júnior a publicou no começo deste ano após descontraída conversa com o cantor. Clique aqui pra ler o texto.
Sobre os Autores
Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.
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