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The Who reedita clipe de 'Who Are You' em tom nostálgico

Combate Rock

28/10/2019 07h00

Marcelo Moreira

Pete Townshend (esq.) e Roger Daltrey no estádio de Wembley, em Londres,  (FOTO: DIVULGAÇÃO/THE WHO FACEBOOK)

Parecia que estava tudo bem. O clima é de camaradagem, de descontração, com muitos sorrisos e muitas piadas. Quem vê o resultado final fica com a sensação de que são quatro bons amigos em uma grande banda de rock. Mal sabiam eles que aquela calmaria antecedia uma temnpestade daquelas, que resultaria na morte de um deles.

O clipe de "Who Are You", clássico máximo do Who dos anos 70, foi um ícone do chamado classic rock e ganhou uma reedição fantástica neste mês de outubro, com imagens em alta defiinição e som restaurado e remixado/remasterixzado.

Surgiu em 1978, época em que os gigantes – Who, Led Zeppelin, Rolling Stones, David Bowie, Kiss – enfrentavam a chegada ruidosa da disco music e os ataques violentos do punk rock e buscavam mudanças e soluções.

"Who Are You" marcava a volta do Who e de seu principal compositor, o guitarrista Pete Townshend, aos sintetizadores. Era a tentativa de se manter atual e de colocar um pezinho na disco music, a moda da época.

Tatearam aquele gênero musical em "Sister Disco" e acabaram impregnando o álbum daquele ano, tambem chamado de "Who Are You", com a sonoridade mais arejada/saturada com arranjos eletrônicos, teclados e outros barulhinhos.

O clipe da principal música do álbum é uma elegia a um tempo que parecia que nunca acabaria. Nostálgico, mostra o quarteto no estúdio gravando as várias partes da música. Eles voltavam a gravar depois de três anos e dois após a turbulenta turnê anglo-americana de 1976.

Foram muitos os problemas internos e externos naquele período. Juntos novamente, pareciam todos felizes e serenos, ao menos diante das câmeras. "Who Are You" ressalta o entrosamento e a camaragem, com protagonismo do baterista Keith Moon, que aparece piadista e palhaço, como sempre, embora mais gordo/inchado, já que passava por mais um tratamento para combater o alcoolismo.

Aquelas imagens seriam as últimas do baterista com os amigos de banda enquanto aquela formação existia. Moon morreria quatro meses depois, em 7 de setembro de 1978, após uma overdose acidental de remédios fortes que usava para conter a compulsão por álcool.

Por ironia, passara a noite anterior em uma festa promovida por Paul McCartney em Londres para o lançamento de um documentário sobre Buddy Holly – o ex-beatle tinha comprdo dos direitos das músicas do guitarrista americano morto em 1959.

Entretanto, a maior de todas as ironias foi que o último músico a conversar com Moon no final daquela festa foi outro baterista, Kenney Jones, amigo de longa data e ex-músico dos Faces e Small Faces. Foi na calçada do local da festa, quando Moon e a namorada foram embora. Meses depois, Jones seria o escolhido para ocupar seu lugar no Who.

O clipe de "Who Are You" é nostálgico e retrata um período em que indústria fonográfica e artistas ainda dispunham de munição para combater mudanças repetinas e drásticas (ok, nem tão repetinas e nem tão drásticas) no mundo do entretenimento. Ainda havia tempo para parar, respirar e raciocionar. Havia tempo para contra-atacar.

Quarenta e um anos depois, em meio às celebrações do relançamento de "Who Are You", os membros sobreviventes, Townshend e o vocalista Roger Daltrey, ensaiam uma retirada dos palcos e fazem reminiscências sobre os 57 anos de atividades do grupo – 55 deles como The Who.

Em boas entrevistas ao Metro Journal, da Suécia, Townshend e Daltrey comentam como é fazer uma turnê com orquestra pelos Estados Unidos e as dificuldades de fazer rock'n'roll enérgico e pesado aos 75 anos de idade.

Eles também abordam o processo criativo de compor um novo álbum para uma geração que ouve e consome música de uma forma completamente diferente, desafiando músicos e toda a indústria de entretenimento.

 

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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