Arremate perfeito, os Scorpions esbanjam vitalidade e energia no Rio
Combate Rock
06/10/2019 15h10
Marcelo Moreira
O guitarrista Matthias Jabs toca com a guitarra feita especialmente pra o Rock in Rio 1985 (FOTO: DIVULGAÇÃO)
Os 55 anos de carreira pesaram, e os Scorpions suportaram bem a pressão de ter de subir ao palco depois do furacão Iron Maiden na última sexta-feira, o dia do metal no Rock in Rio.
Relaxados e experientes, os alemães passearam pelo palco e não deram bola para quem torcia por um show morno e protocolar. Se em São Paulo, uma semana antes, eles também tinham entrado com o jogo ganho, no Rio foi apenas uma questão de adequação de repertório.
E o que podemos esperar de um show do Scorpions que possa surpreender? Uma versão muito pesada da instrumental "Coast to Coast", um clássico eterno que teve Michael Schenker, o irmão mais novo de Rudolph, também guitarrista, na versão original de 1979.
Ou então um blues furioso e com muito boogie na versão de "The Zoo". Aos 71 anos, Klaus Meine se adaptou aos novos tempos e ao peso da idade e canta de uma forma um pouco diferente. Forçando menos a voz, consegue bons resultados e deixa muito cantor novinho para trás.
Com uma penca de hits e uma usina de riffs de guitarra, o Scorpions fez uma grande apresentação. Hard rock coim peso e inspirado, em performances contagiantes. Dava para esperar outra coisa?
O medley de músicas próprias dos anos 70 – "Top of the Bill / Steamrock Fever / Speedy's Coming / Catch Your Train" – lembrou a todos de onde a banda veio para servir de introdução a uma fase um pouco mais comercial, incluindo boas canções como "We Built This House", "Delicate Dance" e as indefectíveis baladas "Send Me An Angel" e "Winds of Change", com direito à manjada homenagem "Cidade Maravilhosa", quase que incompreensível.
Banda grande acostumada com festivais imensos deixa o melhor para o final e os alemães coroaram uma noite extraordinária com classicaços: "Blackout" e "Big City Nights", com o arremate no bis com "Still Loving You" e "Rock You Like a Hurricane", tudo em altíssimo astral para fazer com que as pessoas fossem para casa muito mais felizes do que imaginavam.
Não se trata de equilibrar as coisas por conta da magica e intensa apresentaão do Iron Maiden. Depois de uma experiência extraordinária com o grupo inglês de heavy metal, veio bem a calhar o hard rock dos alemães, cadenciado, suingado e muito melódico, tornando a noite ainda mais memorável do que jpa tinha sido.
Sobre os Autores
Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.
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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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