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Internação de James Hetfield adia shows do Metallica

Combate Rock

04/10/2019 17h00

Flavio Leonel – do site Roque Reverso

James Hetfield (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Gerou surpresa e apreensão entre os fãs, na sexta-feira, 27 de setembro, a notícia de que o Metallica cancelou os shows do restante da turnê de 2019, após o vocalista e guitarrista, James Hetfield, precisar entrar em reabilitação para um tratamento. A recuperação de Hetfield fez o grupo norte-americano de thrash metal cancelar shows que realizaria em outubro na Austrália e na Nova Zelândia.

Eram os únicos shows que restavam ainda este ano da extensa turnê da banda. A informação foi divulgada no site oficial do grupo e nas respectivas redes sociais, num comunicado assinado pelos demais membros: Lars Ulrich (bateria), Kirk Hammett (guitarra) e Robert Trujillo (baixo).

"Como muitos devem saber, nosso irmão James tem lutado contra seus vícios há muitos anos. Ele precisou agora, infelizmente, voltar a reabilitação para um tratamento para trabalhar em sua recuperação de novo", escreveram os membros do Metallica.

Não há, até o momento, nenhuma informação sobre a duração do tratamento de James Hetfield.

Com isso, por enquanto, não há também sinal algum de cancelamento da turnê que a banda fará pela América do Sul em abril de 2020, com passagens por quatro capitais brasileiras Porto Alegre (21/4), Curitiba (23/4), São Paulo (25/4) e Belo Horizonte (27/4).

Mais do que a preocupação com um eventual cancelamento de outros shows, o que preocupa os fãs do Metallica que conhecem a história da banda é esta recaída inesperada de James Hetfield. Isso ficou claro em várias postagens observadas nas redes sociais e também em conversas com fãs de carteirinha que acompanham o grupo muito de perto.

Quem vem acompanhando o grupo desde a entrada de Robert Trujillo, em 2003, notou desde então uma banda revigorada, que voltou à criatividade com bons álbuns e, acima de tudo, feliz, incluindo aí uma disposição incrível para as turnês pelo planeta.

Hetfield, por sinal, que sempre foi a alma e o coração da banda, foi fundamental para este processo de retomada do Metallica, após a crise gigante que envolveu a saída do baixista Jason Newsted em 2001.

No sensacional documentário "Some Kind of Monster", de 2004, que mostra o processo de criação e gravação do álbum St. Anger", foi possível ver, como poucas vezes na história da música, uma banda se desintegrando e quase chegando ao fim.

Foi ali que, pela primeira vez na história, os fãs do Metallica ficaram chocados com duas coisas que jamais haviam imaginado acontecer: uma briga histórica entre os eternos parceiros James Hetfield e Lars Ulrich e o vocalista do Metallica, até então um símbolo do força do heavy metal, no estado mais frágil da carreira.

Vale destacar que a briga entre os parceiros foi gerada não somente pelo estado de nervos do grupo (que precisou contratar um terapeuta), mas muito pelo processo de reabilitação pelo qual o vocalista do Metallica precisou ingressar por causa do alcoolismo.

Com a parte final do tratamento, James tinha horários especiais para participar da gravação do álbum, que não caminhava do jeito que Lars gostaria. Além disso, o processo criado pelo terapeuta contratado fez os membros do grupo dizerem verdades, uns aos outros, que nunca haviam dito, especialmente os parceiros eternos, que sempre se respeitaram um ao outro, a ponto de nunca ultrapassarem linhas de limite para uma boa convivência.

No documentário, foi assustador ver o grau de fragilidade de James Hetfield. E, passado todo aquele pesadelo, não se imaginava que ele retornasse a este estágio preocupante, já que a banda parecia ter entrado, a partir da vinda de Robert Trujillo, num dos melhores momentos da carreira, desde o auge comercial supremo do "Black Album".

Chamou a atenção de muitos fãs o fato de o problema de James Hetfield ser exposto mundialmente, além das postagens de preocupação nas redes sociais feitas pelos demais membros.

Muitos sabem que as recaídas ligadas ao álcool e demais vícios são geralmente mais devastadoras do que as anteriores. E que uma reabilitação nem sempre tem duração curta.

Fica, portanto, ligado o sinal de alerta para o restante da turnê do Metallica e, acima de tudo, para a condição de saúde de James Hetfield.

Turnês sempre acontecem e o Metallica já é banda com larga passagem pelo Brasil. O momento atual é de apoio total ao vocalista da banda.

9 vezes no Brasil

O Metallica já passou nove vezes pelo Brasil. A primeira vez do grupo foi em 1989, quando tocou no Rio e em São Paulo, divulgando o clássico álbum "…And Justice For All". A segunda foi em 1993, quando tocou em São Paulo, pela turnê do disco "Metallica", o "Black Album".

A terceira vez foi somente em 1999, numa turnê que trouxe o grupo para o Rio, São Paulo e Porto Alegre e que foi amparada no álbum de covers "Garage Inc.". A quarta foi em 2010, quando foi a vez de a banda trazer a turnê de divulgação do disco "Death Magnetic" para Porto Alegre e São Paulo. Em 2014, o grupo ainda voltou para a capital paulista para show único da turnê "Metallica By Request", na qual fãs escolhiam na internet as músicas para a banda tocar.

Além destas quatro turnês próprias, o Metallica já tocou nas edições do Rock in Rio de 2011, 2013 e 2015. Em 2017, o grupo passou pela última vez no Brasil, onde tocou no festival Lollapalooza num grande show no Autódromo de Interlagos, já pela turnê do seu mais recente disco, o "Hardwired… to Self-Destruct".

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Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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