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Rockfest foi um monumento à nostalgia a base de baladas

Combate Rock

23/09/2019 17h00

Scorpions em São Paulo (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Já era esperado, embora torcíamos para que estivéssemos errados. O Rockfest, que reuniu nomes importantes do hard rock e do heavy metal internacional, entregou tudo aquilo que prometeu, mas nenhum pingo de risco, arrojo ou ousadia.

As estrelas da noite, Whitesnake e Scorpions, há muito tempo deixaram de fazer shows ruins, mas isso não quer dizer que tenham ganhado a noite. Não ficaram no piloto automático, mas preferiram a zona mais confortável possível do alto de seus 70 anos de idade em média.

Se o Europe privilegiou alguns hits enferrujados dos anos 80 e bons hard blues da década passada, coube ao Helloween chacoalhar a pista com o melhor do power metal oitentista e ostentando três vocalistas e uma formação equilibrada e que soa bastante pesada ao vivo.

Está virando rotina os grandes festivais no Brasil apostarem no líquido, certo e confiável. É lucro certo contar sempre copm Iron Maiden, Guns N'Roses e Metallica quando estão disponíveis. Não envolve risco e a lotação é garantida.

O mesmo se pode dizer de Scorpions, que ameaça há mais de dez anos fazer uma turnê de despedida, mas nunca deixa os palcos. Um show da banda alemã é sempre muito agradável, ainda que, nos últimos anos, tenha baladas demais e rock de menos. É algo que funciona por um tempo, mas que se tornma enfadonho e repetitivo.

Whitesnake segue pela mesma trilha, por mais que seu catálogo tenha grandes canções e rocks pesados para estremecer qualquer estádio.

Um dia antes de completar 68 anmos de idade, David Coverdale mostrou que o carisma e a vitalidade continuam os mesmo, ainda que a voz demonstre que a idade chegou.

É um grande show, de um ícone do rock, mas a banda poderia ser um pouco mais ousada e surpreender aqueles não se enquadram na categoria de fã de rock mediano, aquele que sabe de cor e salteado as três músicas de sempre que tocam todos os dias nas emissoras de rádio de rock ou de flashback.

Então dá-lhe doses cavalares de metal melódico/power metal do Helloween com Michael Kiske e Kai Hansen de volta, os dois mestres que ajudaram a catapultar a banda ao topo do metal nos anos 80.

Foi um evento bacana, bem agradavável, mas extreamente previsível e que em nenhum momento beirou o memorável. Foi uma prévia do Rock in Rio, e parece que a toada no Rio será a mesma.

Clique aqui e leia mais detalhes de como foram as apresentações do Rockfest.

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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