Shaman e DVD solo coroam o grande ano de Alírio Netto
Combate Rock
18/09/2019 22h47
Marcelo Moreira
O rapaz cantava em uma promissora banda de heavy metal brasileira, mas perseguia um sonho antigo: participar de grandes produções. E lá foi o talentoso Alírio Netto se arriscar na areia movediça dos musicais.
O risco valeu a pena: o rapaz atrevido e ousado se tornou um requisitado ator de grandes produções e um dos melhores cantores do rock atual, no Brasil e no exterior.
Quando a banda Shaman anunciou, de forma surpreendente, que Alírio fora o escolhido para completar o projeto de retorno do quarteto, todo mundo se perguntou: "Como esse workaholic vai dar conta? Vai ficar na ponte aérea São Paulo -Londres?
"Foi um convite daqueles impossíveis de recusar. Os caras e o empresário me perguntaram se eu toparia. Tinha como recusar? A reunião durou apenas cinco minutos e o sim foi inevitável", dise o cantor em rápida entrevista ao Combate Rock prestes a embarcar para os Estados Unidos na noite de quarta-feira, 18 de setembro.
O Shaman fez alguns shows de retorno da formação clássica e original entre o final do ano passado e o primeiro semestre deste ano.
Havia projetos grandiosos e ambiciosos para uma daquelas bandas icônicas do heavy metal nacional. O que ninguém contava era o ataque cardíaco que matou o vocalista André Matos no dia 8 de junho passado.
Para muita gente, era meio que inevitável que, se um dia o Shaman continuasse, Alírio Netto seria a primeira opção, sendo que alguns outros fãs e jornalistas ventilaram o nome de Bruno Sutter, do Massacration.
"É uma honra enorme e uma responsabilidade idem cantar as músicas que foram criadas pela banda e por André Matos, uma de minhas grandes influências como músico e artista", diz Alírio. "Quero dizer, para todos os fãs do André, que farei o meu melhor, cantando as músicas da maneira mais honesta possível e sempre respeitando o artista que ele era. A melhor maneira de fazer isso é colocar a minha digital na obra que ele deixou. A turnê será completada cvom muito carinho e muito respeito."
Pelo acordo com o Shaman, Alírio Netto fará o restante dos shows que estavam programados paa este ano e, eventualmente, para o ano que vem. Entretanto, o cantor não escondeu a empolgação diante de novo desafio. "Não discutimos o futuro, creio que haverá o momento certo para essa definição. O que quero é curtir ao máximo essa possibilidade e honrar o legado que André Matos deixou."
Amante do rock, não deixa de ser contagiante a forma como Alírio conduz sua carreira e curte as chances que lhe aparecem, ainda que consumam de forma vertiginosa o seu tempo.
Ele é o atual vocalista da banda Queen Extravaganza, um tributo ao Queen criado em Londres e endossado pelos membros originais da banda Brian May (guitarra) e Roger Taylor (bateria e vocais).
Não se trata de um artista contratado por tempo determinado – Alírio Netto é integrante fixo e em tempo integral daquele que é considerado um dos grupos que fazem tributo mais prestigiados do mundo, equiparando-se, por exemplo, ao Australian Pink Floyd, que já impressionou o guitarrista David Gilmour.
O cantor brasileiro garante que será possível conciliar as agendas das duas bandas. "Quando se trata de bandas desse porte, o planejamento é antecipado, o que torna possível marcar os compromissos. Com o Extravaganza terei algumas datas em breve nos Estados Unidos, Ásia e Oceania, mas não haverá conflito de datas."
O ano mágico do ex-vocalista do Age of Artemis terá outro fato importante: o lançamento de seu primeiro DVD solo em outubro. É uma espécie de documentário e cenas de um show gravado em 2018 em São Paulo, que contou com muitos amigos de várias bandas – Angra, Khallice, Noturnall e Age of Artemis -, além da esposa, a também cantora e atriz Lívia Dabarian.
É o coroamento de um ano intenso e o fechamento de ciclo em uma carreira de mais de 2o anos na música e no teatro. "Foi um empreendimento emocionante e muito bacana, onde tudo deu certo. Não poderia ter sido melhor para representar a minha trajetória artística."
Sobre os Autores
Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.
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