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O ano de 2019 ressuscita a New Wave of British Heavy Metal

Combate Rock

18/09/2019 06h47

Marcelo Moreira

Quarenta anos depois que ron Maiden, Saxon e Def Leppard deram o pontapé inicial para a Neew Wave of British Heavy Metal (NWOBHM), alguns de seus representantes ressurgem com novos trabalhos ou caixas comemorativas caprichadas para marcar a data.

O Saxon, por exemplo, que comemora também os 40 anos de lançamento de seu primeiro álbum, colocou no mercado um álbum triplo ao vivo, "The Eagle Has Landed 40 Live", ou simplesmente "40", como os fãs estão chamando. E isso ainda na ativa, promovendo o ótimo álbum "Thunderbolt".

São 50 faixas gravadas em shows a partir de 2007, mas percorrendo as músicas de toda a carreira da banda. Os maiores sucessos estão contemplados, mas há boas surpresas, como canções pouco executadas.

É o caso de "Conquistador", "Batallions of Steel", "Night of the Wolf" e "Predator", além de uma versão bem legal de "Aces of Spades", do Motorhead, com a particição de Fast Eddie Clarke, guitarrista da formação clássica. Outro integrante do Motorhead, o guitarrista Phil Campbell, participa em "747 (Strangers in the Night). Feito para fãs, não decepcionará.

O Tank reaparece com "Re-Ignition" em um CD mais pesado que os anteriores – também por se tratar de praticamente um álbum de regravações de antigos sucessos da banda. Também trocou de vocalista – saiu o escocês Doogie White (ex-Rainbow) e entrou o norte-americano Davd Readman, que tambem canta na banda alemã Pink Cream 69.

Se White era mais versátil e com uma pegada hard'n'heavy, Readman surpreende ao cantar com mais vigor e saindo da zona de conforto hard. Seu trabalho é muito bom e serve de bom apoio aos convidados especiais, Tom Angelripper (da banda thrash Sodom), em "Power Of The Hunter", e Dani Filth (da banda death/black Cradle of Filth) em "Shellshock".

"Walking Barefoot Over Glass", que abre o CD, é uma canção ótima, bem agitada e com pegada "old school", assim como a rápida "This Means War" e a tétrica "Shellshock", com Filth nos vocais. Quase thrash é "Power Of The Hunter", com a presença de Angelripper. Ouça também as interessantes "Blood, Guts and Beer" e "The War Drags Ever On".

Outro dinossauro daquela era é o Diamond Head, uma das bandas favoritas do Metallica. Sob a batuta do guitarrista Brian Tatler, único remanescente da formação clássica dos anos 80, praticamente compôs tudo no recém-lançado álbum "The Coffin Train".

Das bandas que ainda estão na ativa, é a que mais procura se manter fiel à snoridade da NWOBHM, soando quase hard rock em alguns momentos.

Falta um pouco de originalidade, mas sobram empolgação e competência para fazer um metal clássico bem feito e gostoso de ouvir em uma festa, por exemplo.

O pique é intenso, com canções rápidas e belos riffs de guitarra, como nas ótimas "Belly of the Beast" e "The Messenger", que são sucedidas pela pesadíssima faixa-titulo. "The Phoenix" e "Until We Burn" também são canções interessantes e bem construídas, embotra nem tão pesadas.

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Por último, temos uma banda holandesa que voltou à ativa recentemente e que mostra bom fôlego após décadas de hiato. O Picture não é considerado uma banda da NWOBHM, mas apenas e tão somente por não ter surgido na Inglaterra. Todo o instrumental dos primeiros álbuns, do começo dos anos 80, remete às bandas inglesas.

"Wings" é o seu mais recente álbum, lançado neste ano, e o grupo mostra que está atualizado. Se o Diamond Head optou por soar mais hard e mais datado, os holandeses preferiram adicionar mais peso ao que já era pesado.

O novo trabalho é uniforme e envereda, em termos sonoros, por um terreno já trilhado por bandas como Cirith Ungol e Manilla Road. São riffs de guitarra densos, com baixo gordo e trovejante e uma bateria rápida e eficiente.

"Line of Life" abre os trabalhos e é a melhor do CD, dando o tom do que virá. É uma música forte e intensa, com excelente trabalho de guitarras e um clima bem pesadão, com sua introdução lenta à la Judas Priest.

O baixo pulsante e contundente é o destaque em "Empty Room" e o peso diexa "Still Standing" macabra. Também, merecem destaque as fortes "Blow Away" e "Wings".

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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