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Woodstock 50: trilha sonora ampliada e show do Who são lançados

Combate Rock

11/07/2019 07h00

Marcelo Moreira

As comemorações do cinquentenário do maior e mais emblemático festival de rock de todos os tempos começaram bastante embaladas com lançamentos suculentos.

Uma das trilhas sonoras mais vendidas de todos os tempos, o álbum duplo originbal, contendo alguns "flagrantes" do festival, foi lançado no comecinho dos anos 70, comalgumas ampliações em CD 20 anos depois. N aniversário de 40 anos em 2009, por exemplo, a caixa continha seis CDs.

"Woodstock 50: Back to the Garden – The Anniversary Experience Day 1-3" é mais ambicioso e tinha de ser lançando há muito mais tempo. São 10 CDs e 162 músicas mostrando de forma um panorama mais vívido e nítido do que realmente foram os shows dos três dias.

As versões completas de cada uma das apresentações são cnhecidas desde a época do festival em múltiplos bootlegs (versões piratas) em tudo quanto é plataforma e formato, só que as gravações contidas nesta caixa maravilhosa são de altíssima qualidade.

As versões digitais nas principais lojas estão cobrando entre R$ 104 e R$ 300. As mais csaras são as lojas do exterior, cobrando em dólar ou em euro.

The Who, por exemplo, provavelmente a melhor performance do festival, ao lado de Jimi Hendrix, ganhou mis espaço, com cinco faixas, contra uma na versão original da trilha sonora, assim como Janis Joplin, Jefferson Airplane e Joe Cocker. O guitarrista norte-americano teve a inclusão de mais uma música.

O material é cronológico e vai seguindo os dias de apresentação. O material do primeiro dia é o menos interessante, já que traz quase todos os artistas underground do folk norte-americano.

A coisa pega fogo mesmo no segundo dia, quando os astros começam a arrasar. Santana implodiu tudo com suas jams latinas viajantes, enquanto o Who quebrou tudop – literalmente – apresentando quase em primeira mão a ópera-rock "Tommy", então recém-lançada.

Teve também uma sequência matadora de rock pesado e fulminante: Canned Heat, Mountain, Greateful Dead, Creedence Clearwater Revival, Janis Joplin e Sly and The Family Stone.

Para o dia final do evento, que invadiu a madrugada e a amanhã do dia seguinte, 18 de agosto, Joe Cocker, Ten Yeras After e The Band começaram com tudo, deixando aflitos quem vinha pela frente, como Crosby, Stills & Nash.

Johnny Winter, no entanto, não se intimidou e incendiou o lugar, para desespero de Paul Butterfield e sa Butterfield Bolues Band.

Alheio a tudo isso, Jimi Hendrix encerrou o festival desconstruindo o hino nacional norte-americano em protesto contra a Guerra do Vietnã e mais uma vez história.

O outro lançamento é "Woodstock 50 – Live & Remastered", onde finalmente The Who libera o áudio de forma decente, como vem fazendo nos últimos cinco anos, com lançamentos maravilhosos como "Live at Fillmore East" (concertos famosos realizados em abrl de 1968, em Nova York) e "Live Hull", gravado na universidade inglesa da cidade de Hull – reza a lenda de que esses tapes deveriam ter sido lançados no lugar do fantástico e oficial "Live at Leeds", que frequenta as listas de melhores álbuns ao vivo da história.

O guitarrista Pete Townshend sempre disse que nunca achou espetacular a performance da banda em Woodstock. Segundo ele, as condições não eram as ideais, com problemas nos equipamentos e a interrupção famosa do ativista Abbie Hoffman, que invadiu o palco em um pequeno intervalo para um discurso político. Foi devidamente expulso a golpes de guitarra por Townshend.

O Who estava em uma época de definição na carreira. Enquanto os compatriotas de várias bandas decolavam e ganhavam dinheiro, o quarteto tinha muito mais fama do que grana e estava mito endividado com as constantes quebras de equipamentos no palco.

"Tommy" salvou a carreira da banda, que se transformou em um gigante do rock a partir do lançamento da ópera-rock. Também acalmou o baterista Keith Moon e o baixista John Entwistle, que cogitram sair no anterior para montar um grupo com os guitarristas Jimmy Page e Jeff Beck. Os dois estava fartos das brigas internas entre Townshend e o cantor Roger Daltrey – e entre Daltrey e Moon.

Mesmo com um excepcional tratamento sonoro, as músicas do show de Woodstock não conseguem mostrar toda a potência e virulência da performance da banda, que naquele ano começava a cair de cabeça no hard rock ao vivo. A captação original não foi boa e a banda pareceu, em alguns momentos, hesitante diante da escuridão que tomou o palco na sua apresentação.

Foi um bom show, com bastante energia e os músicos tocando com vontade. Só que o Who já não era uma grande nmovidade, como ocorrera dois anos antes no Monterey Festival. Além disso, a decisão ousada de tocar "Tommy" quase na íntegra deixou grande parte do público boiando por não ter familiaridade com o então material novo.

Na comparação com os shows do Fillmore East, do ano anterior, e da Universidade de Leeds, de fevereiro de 1970 – o show que virou álbum oficial em 1970 -, Woodstock deixa um pouco a desejar em fúria, em peso e empolgação. Parece que no festival o grupo estava menos à vontade, talvez por conta de executar um material ainda pouco ensaiado e quase não executado ao vivo.

De qualquer forma, é um registro histórico necessário e que a banda estava devendo aos amantes do rock. The Who foi a única banda do top 5 histórico do gênero – completado por Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin e Pink Floyd  a se apresentar no icônicoe mais célebre festival já realizado.

 

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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