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Há 50 anos o Deep Purple mudava e começava a dominar o mundo

Combate Rock

10/07/2019 12h03

Marcelo Moreira

Segunda formação do Deep Purple (mark II), considerada a clássica: em pé, da esq. para a dir, Ritchie Blackmore (guitarra), Roger Glover (baixo) e Ian Paice (bateria; sentados: Ian Gillan (esq.) e Jon Lord (teclados) (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Começar de novo após um começo promissor e três LPs lançados no espaço de quase um ano e meio. O guitarrista Ritchie Blackmore sentia-se meio frustrado, mas ao mesmo tempo estava confiante com a chegada de dois novos integrantes e, por fim, a tomada definitiva das rédeas de sua banda de rock, o Deep Purple.

Formada no começo de 1968 por ele, o tecladista Jon Lord e o baterista Ian Paice, a banda mostrou potencial ao misturar rock psicodélico, rock progressivo e um pouco de experimentalismo. No entanto, mesmo com três discos, o Deep Purple não avançava como deveria – ou seja, não fazia sucesso.

Blackmore convenceu Lord de que o problema eram o vocalista Rod Evans e o baixista Nick Simper. Essa parte foi fácil: os dois foram demitidos e substituídos por músicos melhores, o cantor Ian Gillan e o baixista Roger Glover, ambos do grupo psicodélico Episode Six. Mais difícil seria dobrar o tecladista a respeito do direcionamento artístico do grupo.

O guitarrista deu sorte na sua intenção por conta do primeiro show com a nova formação, realizado nolub, em Londres, no dia 10 de julho de 1969. O som era outro, mais poderoso, mais forte e menos "erudito". O Deep Purple,. há 50 anos, em seu show de estreia com a segunda formação, encontrava o seu som.

Com queria Blackmore, era mais rock'n'roll, mais bluesy, mais pesado, com mais guitarras e misa espaço para improvisos e solos. Aos poucos foi convencendo Lord a mudar os rumos, até porque os outros integrantes se aliaram ao guitarrista.

Sem muito argumento, Lord foi cedendo, mas antes exigiu a realização de um último trabalho com o "espírito das antigas": a gravação de um concerto com orquestra no Royal Albert Hall ainda 1969, que rendeu o álbum "Concert for Group and Orchestra", lançado no final daquele ano. Foi o último arroubo de música clássica de Lord dentro do Deep Purple – o tecladista, o integrante mais velho, tinha se formado em regência e era exímio pianista erudito.

A mudança era tão necessária que os resultados imeadiatamente surgiram naquela virada dos aos 1969-1970: shows lotados, maior demanda por apresentações e críticas positivas na imprensa, algo quase inédito pra o Deep Purple.

O álbum "In Rockl", de 1970, foi a confirmação de que tudo mudara, e para melhor. A música era mais agressiva, pesada e intensa, com guitarras falando mais alto e Gillan mostrando potência e virtuosismo, indo além do que Robert Plant fazia no Led Zeppelin.

A partir de então vieram os álbuns "Fireball" e "Machine Head", catapultando o Deep Purple para o topo do rock naquele período.

As brigas internas encerrariam abruptamente essa fase de ouro em 1973, logo após o lançamento do álbum Who Do We Think We Are", com as saídas de Glover e Gillan, substituídos logo depois por Glenn Hughes (baixo e vocais) e David Coverdale (vocais).

Mas foi em um dia 10 de julho, há 50 anos, que o Deep Purple teve a coragem de mudar e inaugurou a fase que o tornaria uma das bandas mais importantes da história.

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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