Topo

Procura-se um astro de rock 'fugitivo' pelas ruas de São Paulo

Combate Rock

26/06/2019 11h49

Marcelo Moreira

Lá nos longínquos anos 90, estabeleceu-se no Brasil e na América do Sul um circuito "underground" de shows internaciuonais, onde bandas médias e pequenas estrangeiras tocavam em locais outrora indignos para elas, mas que quebravam bem o galho.

Em um mercado a ser desbravado, evidentemente que havia problemas, como relatou certa vez a banda norte-americana Quiet Riot.

De passagem pelo Estado de São Paulo na época, relatou que tomou um calote dos produtores locais de show, e dependeu da contribuição financeira dos fãs para vconseguir embarcar de volta para os Estados Unidos.

Muitos disseram que isso é uma lenda, mas infelizmente não é, pois eu contribuí para a "vaquinha". A banda tinha sido abandonada em pleno hotel vagabundo no centro de São Paulo e alegava estar sem dinheiro – o que era verdade, pelo que constatei.

Mais difícil é o artista internacional dar calote ou sumir durante a turnê na América do Sul. E foi o que aconteceu no giro do cantor Michale Graves, ex-Misfits.

Segundo os organizadores da turnê de 28 shows pelo Brasil e pela América do Sul, o artista simplesmente sumiu após o show de São Paulo no fim de semana que passou (e quem foi a esse show, no sábado 22 de junho, adorou e elogiou a performance do cantor).

Ele deveria embarcar em uma van para ir a Limeira (SP) após o show, mas dsviou o caminho e foi para o aeroporto de Guarulhos sem que ninguém soubesse. Já estava em casa, nos Estados Unidos, quando os fãs que lotaram a casa limeirense o esperavam. Graves tinha de cumprir ao menos mais seis shows.

Até agora ninguém se conforma com a atitude do músico, que tem um histórico complicado de descumprimento de contratos – ou seja, não teria sido a primeira vez com esse tipo de comportamento.

A empresa que contratou o cantor, surpreendida com a atitude, só conseguiu contato com o cantor via WhatsApp dois dias depois da fuga.

Sem muita consideração, disse apenas que teve "problemas familiares" e precisou voltar aos Estados Unidos. Só "esclareceu" a questão depois de muito fustigado e incomodado com as postagens nas redes sociais em perfis brasileiros denunciando o comportamento absurdo do cantor.

Em nenhum momento, na troca de mensagens, Graves aventou a aposisbilidade de devolver aos promotores o dinheiro que recebeu adiantado por conta dos shows que ainda deveria fazer. Apenas insistiu que os promotores apagassem todas as postagens com as denúncias e as críticas a ele. Claro que não foi atendido. (Ao final do texto, veja parte das mensagens trocadas entre a Venus Concerts e o artista. Aqui, a URL da postagem na página da Venus – https://www.facebook.com/VenusConcerts/posts/1318920468274332)

Apesar de as "explicações" de Graves terem sido dadas à Venus Concerts, o Combate Rock tentou falar com ele e com seus empresários, por e-mail, para obter respostas mais esclarecedoras. Ainda não obtivemos retorno.

Claro que, em um negócio como o de shows de rock, todos estão sujeitos a imprevistos e problemas diversos. O que não se admite é que um artista internacional tenha esse tipo de comportamento: no meio da turnê, larga tudo e volta para o seu país sem nenhum tipo de aviso ou explicação. Não me lembro de ter ocorrido coisa semelhante em terras brasileiras.

Lamentavelmente, assim como a banda Dead Kennedys, Michale Graves, que tocou algumas vezes por aqui, definitivamente fechou as portas na América do Sul.

P.S.: Só lembrando em relação aos Dead Kennedys – a banda punk norte-americana cancelou uma turnê sul-americana por conta da repercussão forte de um cartaz dos shows brasileiros em que havia fortes críticas ao governo Jair Bolsonaro. Assustados com as ameaças que receberam e o clima polarizado no país, alegaram que não tnha aprovado o cartaz para justificar o cancelamento. Os integrantes mentiram, pois o autor do cartaz e os promotores brasileiros provaram que a banda e seus empresários haviam aprovado o cartaz.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Procura-se um astro de rock 'fugitivo' pelas ruas de São Paulo - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
Contato: contato@combaterock.com.br

Mais Posts