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Será o momento de chamar os 'fascistas democráticos'?

Combate Rock

26/05/2019 20h23

Marcelo Moreira

Um dos momentos mais importantes do atual show de Roger Waters, que passou pelo Brasil no ano passado (FOTO: REPRODUÇÃO/YOUTUBE)

Parte da população brasileira, bem pequena, por sinal, não teve medo de passar vergonha ao defender a destruição da educação e da democracia nas marchas da insensatez e da loucura em apoio a um governo abestalhado capitaneado por um iincompetente ignorante. É gente racista, homofóbica, que odeia o conhecimento, apoia genocídio e assassinato e não suporta a própria insignificância.

Foram vários os casos de intolerância de todo o tipo, desde a intimidação de supostos adversários até a reivindicação de fechamento do Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal). Só gente burra esse tipo de coisa.

Como já era esperado, na avenida Paulista, em pleno domingão frio, mas com a via fechada para o lazer, o bando de zumbis da extrema direita não teve medo de passar vergonha e invadiu o local para empestear o ambiente e acabar com passeio de muita gente.

Já prevendo o ambiente infecto que a avenida se tornaria, a maoria dos músicos e artesãos que costuma se estabelecer ali aos domingos não apareceu. Quem se aventurou foi hostilizado pela horda de ignorantes.

Recebi relatos de agressões e intimidações a quem tentou tocar nas imediações, mas não consegui a comprovação dos fatos – mas não duvido de que tenham ocorrido.

Um casal corajoso, mas imprudente, decidiu ir à avenida Paulista com camisas verComelhas para protestar/confrontar o bando de lunáticos quer tomou conta do local. Seria o mesmo que ir torcida do Corinthians com a camisa do Palmeiras – e vice-versa – em dia de clássico.

O casal foi xingado, foi ameaçado, foi intimidado, mas seguiu firme gritando palavras de ordem contra a onda fascista que supostamente foi defender um presidente com aspirações fascistas e governo em frangalhos apenas cinco meses após a sua posse. Um comportamento desnecessário, pois deu importância a uma corja de seres execráveis.

Por mais que o direito à manifestação seja legítimo e inalienável – e é bom que seja assim -, o ixo que essa gente defende não pode ser aceito nem tolerado por quem defende a democracia.

Esse tipo de manifestação desvia o que realmente importa: as motivações desses seres de extrema direita para demonstrar apoio a um governo deplorável e contrário a civilização.

A diferença é notável: defender Dilma Rousseff em 2015 e 2016 era defender a democracia, já que ela sofria um violento ataque de um sistema que pretendia manter privilégios e corrupção, mesmo que seu governo tenha sido ruim.

Defender Bolsonaro e seu governo é flertar com pensamentos fascistas e anticivilizacao. É defender ataques a cultura, as artes, a educação e aos direitos humanos.

Por conta disso tudo é que participantes de manifestações de apoio ao governo atual não merecem muita consideração, servindo de exemplo de extrema tolice e falta de discernimento.

Quem diria que um dira teríamos de cogitar adotar uma postura de "fascismo democrático" (que é quando os democratas adotam comportamentos e atitudes fascistas para defender a democracia e o bom juizo da sociedade)?

O fascismo democrático pressupõe a luta incessante e incansável pela manutenção dos preceitos democráticos. É ma defesa radical da democracia, com todos os seu problemas e defeitos.

O fascismo democrático, infelizmente, pressupõe a utilização de todos os meios possíveis para neutralizar o verdadeiro fascismo, e isso inclui combater o fascimo com medidas fascistas e extremas, se um dia for o caso de termos de radicalizar. E isso exclui a possibilidade de dálogo com fascista. Fascista não merece diálogo, tem de ser combatido e neutralizado. Simples assim.

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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