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Orgulho de ser ignorante e a contaminação de nossa sociedade

Combate Rock

04/05/2019 06h38

Marcelo Moreira

Alguns podem achar até que demorou, mas outros estão assustados porque os ataques contra a civilização vieram rápido demais. O que ninguém pode alegar é que fori surpreendido diante da barbárie e da catástrofe, que está só começando.

Para mascarar a incompetência administrativa e a indigência de ideias para fazier o país andar, o governo Jair  Bolsonaro estabeleceu três pilares pra desviar a atenção de seu pífio desempenho: ódio a adversários e críticos, desmonte de políticas reconhecidamente eficientes e ataques deliberados ao conhecimento, à cultura, às artes e à educação.

O corte de orçamento de universidades federais onde reina a "balbúrdia", segundo o incompetente e ignorante ministro da Educação, é só mais um capítulo da guerra político-cultural que os ignorantes resolveram travar contra quem pensa diferente e quem ousa apontar a burrice de quem está no govee rno.

Quem votou nessa gente é conivente e cúmplice com o desmonte da civilização, da educação e da ciência e tecnologia.

   Reprodução da capa da edição brasileira do livro "liberdade de Expressão: Dez Princípios para Um Mundo Interligado", de Timothy Garton Ash

Parece que esse pessoal, os ignorantes que assumiram e os "cegos" que beiraram a irresponsabilidade ao elegerem essa casta, está ou paralisado ou muito envergonhado com a quantidade de bobagens que estão sendo proferidas diariamente.

O fascismo de filmar professores em sala de aula e a perseguição ideológica às universidades federais reconhecidamente eficientes e com bom ensino são apenas as faces mais visíveis da demolição do Brasil civilizado e da depredação do patrimônio cultural. A inteligência ofende e desmascara a falta de capacidade.

A completa indigência em todos os sentidos no governo federal se espalhou pelas administrações conservadoras estaduais e desmontes de políticas públicas de viés social contaminaram Estados e municípios, assim como a sanha autoritára e arbitrária de agentes da repressão, sejam policiais e ou fiscais.

A vergonhosa ação de impedimento do show gratuito de rock pesado no último dia 28 de abril, na avenida Paulista, foi a mais escancarada e absurda ação contra a cultura e o rock independente, algo que, infelizmente, não surpreendeu em relação à administração municipal ruim de João Doria e Bruno Covas, ambos do PSDB.

Quem não se embra da ridícula Virada Cultural de 2017, em São Paulo, com o centro esvaziado e atrações confinadas a espaços públicos fechados e com pouco público?

Diante dos tempos sombrios que vivemos, é recomendável que leiamos o livro "Rage Against the Machine – Guerreiros dos Palcos", de Paul Stenning, editado no Brasil pela Editora Ideal.

O autor conta a história da banda radical norte-americana e traça um resumido, mas bem pesquisado, panorama da música de protesto do hemisfério ocidental, em particular nos Estados Unidos.

Rage Against the Machine é um exemplo de como é possível chutar a canela do sistema e ainda assim se beneficiar da estrutura mercantil e comercial criado pela economia capitalista.

Também mostra como é possível conviver com as pancadas diárias e as contradições necessárias e às vezes constrangedoras para poder levar sua mensagem política de viés humanitário e social de pessoas em todo o mundo.

A mensagem, portanto, é crucial e fundamental para que as ideias sejam disseminadas, desde que o bem maior seja valorizado e defendido: a liberdade, em todos os sentidos.

Os ataques à nossa civilização em terras brasileiras nada mais é do ue uma tentativa de calar e intimidar o conhecimento e a inteligência para que a reforma nojenta da Previdência passe facilmente, assim como a autorização para que "cidadãos de bem" e policiais militares assassinem indiscriminadamente no campo e nas periferias das cidades.

A gerra cultural também quer acabar com as críticas à destruição de leis ambientais em benefícios de empresários criminosos da agricultura e implantar políticas trabalhistas que guardam semelhança com serviços análogos à escravidão.

Direitos humanos e ações de combate à violência a mulher? Isso é coisa de comunista… Só que os fundamentalistas cristãos e os evangélicos da pior espécie, aqueles que tem pavor de cobrança de impostos de seitas e igrejas, não perdem a chance de promover desastres na "gestão" do "novo" governo federal.

E com isso voltamos à questão de que hoje o orgulho de ser ignorante é grande, como contraponto a uma suposta "elite intelectual esquerdista" que "determina" a pauta das informações do Brasil e a agenda da sociedade, "em detrimento da família e dos valores morais da sociedade cristã", seja lá que lixo essa gente quer dizer.

Parte expressiva das pessoas no país, e muiota gente dentro do rock, faz questão de escancarar o seu orgulho de ser burro, não por pensar dfierente ou ser conservador, mas por acreditar e babar para gente burra e ignorante que não aceita opiniões diverentes e que surta quando sua indigência intelectual é desvendada.

Sendo assim, é bom dar uma lida neste texto do jornalista e sociólogo Leonardo Sakamoto, que é um pequeno tratado de como a burrice contaminou o a nossa sociedade.

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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