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Clássicos predominam e Saxon homenageia os fãs em São Paulo

Combate Rock

20/03/2019 07h04

Eduardo Kaneco – especial para o Combate Rock

Biff Byford, voCalista do Saxon, no show de São Paulo (FOTO: EDUARDO KANECO)

Saxon encerrou na noite de sábado sua intensiva turnê pela América Latina, com dez shows entre 2 e 16 de março, percorrendo México, Colômbia, Peru, Chile, Argentina, Paraguai e, finalmente, Brasil, que recebeu a banda nas cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. A apresentação na capital paulista aconteceu no Tropical Butantã, na zona oeste.  

Uncle Trucker, banda formada em 2000, em Franca, interior de São Paulo, aqueceu o público com seu som muito próximo da fase inicial do Saxon. Suas composições próprias agradaram os presentes e isso evitou os tradicionais pedidos para encerrarem logo o show para a entrada da atração principal.

O vocalista Daniel Aleixo foi o destaque – sua rouquidão e visual de Lemmy Kilmister selaram a aprovação dos fãs do Saxon, principalmente depois que tocaram a cover "Dr. Feelgood" (Mötley Crüe), na primeira metade da apresentação. Depois de 40 minutos quase exclusivamente de músicas próprias, o show foi encerrado com "Metal Health" (Quiet Riot) e "Poison" (Alice Cooper), esta última um extra não programado no setlist inicial. 

Saxon entrou no palco com a casa cheia, abrindo com a paulada "Thunderbolt", do último álbum. O vocalista Biff Byford, entusiasmado, diz que deveriam ter escolhido uma casa maior, porque alguns fãs não conseguiram entrar devido à lotação. Se isso realmente aconteceu, foi uma pena, pois quem ficou de fora perdeu um repertório que mostrava a preocupação em agradar o público e não apenas divulgar o mais recente trabalho.

Além da faixa de abertura, somente mais uma do novo disco foi tocada, "They Played Rock and Roll", criada em homenagem ao Motörhead, como o próprio Byford anunciou no show. 

Esse olhar para o passado, que incluiu "Rainbow Theme", "Frozen Rainbow" e "Backs to the Wall", três composições do primeiro disco, lançado há quarenta anos, foi simbolizado no palco com o tradicional colete de jeans repleto de patchs que os integrantes vestiram durante um tempo – não muito, porque Byford disse estava sentindo muito calor. Obviamente, não ficou de fora do setlist "Denim and Leather", cuja temática é justamente sobre essa vestimenta dos roqueiros. 

Como sempre, Byford perguntou ao público qual música o Saxon deveria tocar, e os pedidos de "Solid Ball of Rock" e "Ride Like The Wind" (cover de Christopher Cross) foram imediatamente atendidos. Outra que ganhou muitos votos, entre as apresentadas pelo vocalista, foi "Motorcycle Man", que acabou sendo incluída no bis, um presente que os públicos gaúcho e carioca não tiveram. 

Fundador da banda, o carismático Biff Byford parece não envelhecer. Cantou com vigor, animou o público a cantar e soltou seus típicos assobios durante a apresentação. Já o outro fundador que ainda está no Saxon, o guitarrista Paul Quinn aparenta fragilidade à primeira vista, mas essa impressão logo cai por terra quando ele começa a solar, com precisão mesmo nas partes mais rápidas e sem economizar nas poses, dividindo os solos com o outro axeman Doug Scarrat, na formação desde 1995.

Nigel Glockler, o baterista que impressionou quando entrou no Saxon para gravar "Power and the Glory" (1982) – talvez o melhor álbum desses ingleses – comprovou que continua preciso e rápido. Porém, quem mais agita é o baixista Nibbs Carter, voltando a atenção do público para o lado esquerdo do palco com sua movimentação constante.   

Em sua sexta visita ao Brasil, o Saxon mais uma vez não desaponta. Mesmo sem tocar por quase três horas seguidas, como fez em 2011, o Saxon detonou nos 110 minutos dessa entusiasmada apresentação em São Paulo.   

 Setlist: 

1 Thunderbolt 

2 Sacrifice 

3 Wheels of Steel 

4 Strong Arm of the Law 

5 Denim and Leather 

6 Battering Ram 

7 Rainbow Theme 

8 Frozen Rainbow 

9 Backs to the Wall 

10 They Played Rock and Roll 

11 Power and the Glory 

12 Dogs of War 

13 Solid Ball of Rock 

14 Ride Like the Wind 

15 747 (Strangers in the Night) 

16 And the Bands Played On 

17 To Hell and Back Again 

18 Dallas 1 PM 

19 Crusader 

Bis: 

20 Heavy Metal Thunder 

21 Never Surrender 

22 Motorcycle Man 

23 Princess of the Night 

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Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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