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Malta reencontra o caminho com pesado álbum 'IV'

Combate Rock

19/03/2019 07h00

Marcelo Moreira

Banda Malta (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Com a superexposição veio uma base de fãs de primeira hora, mas também o preconceito; e o preconceito trouxe junto o ódio e o desprezo. Foram necessários alguns anos de reflexão para dar a volta por cima. Será que a banda Malta conseguiu?

Para o baterista Adriano Daga, o lançamento do álbum "IV" é a prova de que a banda conseguiu. "Todo o processo de criação e gravação caminhou bem, fizemos um álbum que nos agradou e que mostra o grupo focado e empolgado."

Fazer pop rock em um momento em que o gênero está em baixa e a indústria fonográfica praticamente não existe mais é um ato de coragem, especialmente quando a música ficou grátis e os fãs são menos leais do que em outras eras. A Malta decidiu que tinha de continuar e a investir e aposta no novo álbum para dar um novo salto.

"IV" é certamente o melhor disco do grupo. Se antes restavam algumas dúvidas sobre o caminho a seguir, o CD recém-lançado estabelece o grupo como uma força do pop rock cantado em português. As letras melhoraram e o som está bem mais pesado, em um aparente acerto de estratégia expandir o público.

"Algumas das músicas que gravamos agora estão entre as mais pesadas que fizemos. Semrpe fizemos questão de manter a veia rock nas nossas composições, não tem como mudar isso", diz o baterista.

A completa adaptação da cantora Luana Camarah, que entrou na banda em 2016, é um elemento fundamental para o impulso que a Malta está planejando. Seu vocal é mais agressivo, mais intenso, e empurra a banda naturalmente para canções com mais peso e energia.

Talvez fosse isso o que banda necessitasse. Com canções mais agressivas e rápidas, com boas doses de guitarras com afinação mais baixa em algumas canções, o som da banda ficou mais encorpado, emulando, de alguma fora, o começo da carreira da baiana Pitty, onde o peso predominava.

"Com as mudanças de hábitos   ao escutar música e o surgimento de novas bandas, sentimos que o rock ainda tinha espaço para boas canções e melodias mais acessíveis, por mais que o pop rock tenha sumido das rádios e dos rankings de audiência. O rock está longe de morrer e percebemos isso no dia a dia", afirma Daga.

Ele conta que o movimento no mercado é intenso, ainda que não possa ser comparado ao de anos atrás. Também produtor musical, trabalha com muitas bandas novas, de diferentes segmentos roqueiros, e percebe que o entusiasmo para quem grava seus primeiros trabalhos é grande.

E é esse entusiasmo que a Malta tentará atrair para que faça de "IV" um álbum importante dentro do rock nacional. E investimento para isso não falta, já que a banda agora tem a carreira gerenciada em parceria com a Top Link, empresa gigante no ramo que cuida dos negócios do Angra, por exemplo.

Coincidência ou não, um dos primeiros frutos foi a presença de Ron "Bumblefoot" Thal (ex-Guns N'Roses) tocando guitarra na música "Manipulação", que tem um belo clipe de divulgação.

"Manipulação", aliás, é a música mais interessante do álbum, com sua letra forte e guitarras muito pesadas. O peso também é destaque em faixas como "Amor e Ódio", "Pátria Amada". O lado mais pop e mais  suave pode ser observado em "Ainda Estou Aqui" e "É Só Você" – são boas canções, mas sem o carisma e a energia das anteriores.

Produzido, mixado e masterizado por Adriano Daga nos estúdios Daga Music House e coproduzido por Thor Moraes no Do Martelo Studio, em São Paulo, o álbum "IV" teve seu projeto gráfico e direção de arte idealizado por Diego Lopes, mostrando que a Malta é autossuficiente em termos de produção.

O disco contou com algumas participações especiais – além de Bumblefoot, o percussionista Carlinhos Brown, do ator global Rodrigo Lombardi (locução em "Pátria Amada"), Amon Lima (violino em "Manipulação") e do tecladista Junior Carelli (ANIE, ex-Noturnall), entre outros.

"O novo álbum é bastante especial em nossas carreiras, em muitos sentidos. É o primeiro trabalho com nosso empresário Paulo Baron (Top Link Music), que nos trouxe aquela paixão de garoto novamente, colocando a banda nos eixos com um som mais pesado, é claro, sem perder a nossa identidade", disse o baixista Diego Lopes.

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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