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Guitarrista paulista acusa irmãos Busic por problemas em gravação de CD

Combate Rock

19/03/2019 16h43

Marcelo Moreira

Dean Wingerter (FOTO: JULIO BIZOLI/DIVULGAÇÃO/FACEBOOK)

Acusações de malversação de verbas, de incompetência profissional e descumprimento de contrato. Esses são os ingredientes de uma briga desagradável dentro do rock nacional que estourou nesta semana.

O guitarrista Dean Wingerter, músico paulistano, acusa os irmãos Andria e Ivan Busic, da banda Dr. Sin e responsáveis pela Busic Produções, de descumprimento de contrato para gravar um CD e má conduta durante os trabalhos de gravação.

Em um vídeo publicado no Facebook, Wingerter reclamou da competência dos dois músicos ("não sabem usar Pro Tools") e de manipular o concurso que escolheu Thiago Mello como guitarrista da Banda Busic – e que hoje está na banda Dr. Sin.

"Eles só pensam em arrecadar dinheiro, só pensam em grana, ficaram me cobrando o pagamento dos trabalhos sem pensar nas condições dos músicos. Ficam dizendo que são religiosos, que são do bem, mas ficam se comportando como pessoas do mal. Dr. Sin, é exatamente isso. São enrolados demais, é o doutor pecado. São gente do mal", afirma o guitarrista no vídeo publicado no Facebook.

As acusações surpreenderam Andria e Ivan Busic, que tiveram de divulgar um vídeo rebatendo as declarações de Dean Wingerter.

"É inacreditável o que está acontecendo. Meia hora antes de ele gravar esse vídeo estávamos discutindo por WhatsApp como seria a capa do CD, o nome do projeto e a mixagem final. Saí do estúdio e fui para casa. Quando eu chego, minha mulher está chorando de raiva e me mostra o vídeo ao vivo", diz Andria Busic na gravação.

Ivan complementa: "Nunca houve descumprimento de contrato, pelo contrário. Sempre avisamos o músico de como as etapas estavam sendo realizadas, inclusive com o pedido de mudanças no projeto – pedidos feito pelo músico. Seriam 12 músicas  instrumentais, depois evoluiu para 10 músicas com vocal e duas instrumentais, com algumas letras escritas pelo Andria, depois decidiu-se que as duas instrumentais seriam retiradas. E todo mundo sabe que uma produção musical, com mudanças e retificações, sofre alterações de prazo. Ainda assim, renegociamos os valores do contrato, que caíram de R$ 20 mil para R$ 18 mil. Temos tudo isso documentado."

De forma paciente e serena, Ivan Busic  questiona Wingerter a respeito da atitude de jogar na internet os eventuais problemas na relação profissional entre as partes. "Não entendo onde foi que erramos. E pior, fomos expostos de maneira desrespeitosa nas redes sociais meia hora depois de estarmos conversando com o músico sobre os detalhes finais da produção. Em nenhum momento o músico mencionou os supostos problemas que estavam acontecendo."

Andria complementa, já no final da gravação publicada como nota oficial da Busic Produções: "Não bastassem as queixas que desconhecíamos sobre a produção em si, o músico fez alusão a supostos problemas familiares meus e do Ivan, além do relacionamento profissional que temos como nossos parceiros do estúdio Mr. Som, sem contar as opiniões a respeito de ex-integrantes do Dr. Sin. Foi uma decepção enorme, até porque o trabalho dele é muito, mas muito bom. Infelizmente tivemos de acionar advogados para lidar com essa questão."

Dean Wingerter, em um determinado ponto do vídeo de uma hora e 20 minutos muito confuso e tortuoso, diz que está com problemas financeiros porque os os irmãos "arrancam tudo o que podem dos clientes e iludem todos os músicos que trabalham com eles. Enganam todos dizendo que têm estúdio, quando na verdade precisam pedir autorização para usar uma salinha no estúdio Mr. Som, que é do Marcello Pompeu e do Heros Trech, do Korzus".

Outra acusação pesada feita pelo guitarrista é sobre a estratégia de mercado do CD do músico: "Sofri violência psicológica com cobranças financeiras e sobre a minha carreira. Eles 'seguraram' a produção e o lançamento do meu CD para que isso não 'atrapalhasse' o lançamento do CD do Dr. Sin. Eles contribuíram para os meus problemas pessoais e financeiros, não me entregaram o trabalho gravado e não me devolveram o dinheiro. Isso é crime, isso é estelionato".

Segundo um advogado que trabalha no mercado musical e especializado em direitos autorais, as acusações são graves e precisam ser provadas. Ele pediu para não ser identificado e viu os dois vídeos.

"É uma relação profissional deteriorada, sem dúvida nenhuma. O vídeo do guitarrista é confuso, fala de pressão psicológica dos produtores, questiona a competência dos produtores, fala que os dois produtores são desorganizados e afobados, mas em nenhum momento conseguiu mostrar quais eram os problemas que supostamente o prejudicaram. Despeja um monte de informações e acusações, mas tudo de cunho pessoal. Ivan e Andria se contiveram e foram serenos e sóbrio. Seja como for, acho que todos têm mais a perder do que a ganhar em uma ação judicial", afirmou o advogado consultado pelo Combate Rock.

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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