Frejat, Information Society e Soul Asylum encabeçam o Fábrica Festival
Combate Rock
03/11/2018 07h00
Marcelo Moreira
Se alguém queria um festival diferente, com atrações diferentes, fugindo do lugar comum, este é o Fábrica Festival, em Sorocaba, no interior de São Paulo, em dezembro.
Tudo bem, não será nada surpreendente. Afinal, Soul Asylum e Information Society não são exatamente novidades, com quase 30 anos de carreira, assim como a principal atração brasileira, Frejat – ok, também tem Mutantes, com seus 52 anos de carreira.
Sem grandes novidades, sem grandes atrações, mas é um alento saber que teremos uma nova opção a 100 quilômetros de São Paulo sem ter que suportar as mesmas atrações de sempre.
O evento vai correr nos dias 1º e 2 de dezembro no estacionamento do Parque Tecnológico de Sorocaba. Também estão escalados a banda uruguaia Snake, a Playing for Change Band – composta por músicos do mundo todo -, Nação Zumbi, Plebe Rude e Projota.
A iniciativa é de empresários da noite da cidade, os irmãos Fabiana e Fábio de Mello. A expectativa é de que ao menos 15 mil pessoas por dia passem pelo local do show.
Como conceito do evento, a ideia foi mesclar atrações de pop-rock de várias gerações e que ainda mantenham um bom interesse mercadológico – caso de todas as atrações nacionais.
Em declaração ao jornal "Cruzeiro do Sul", de Sorocaba, Fabiana afirmou que o espaço "receberá toda a estrutura necessária para um evento de grande porte e uma produtora, responsável por festivais como Rock in Rio e Lollapalooza, já foi contratada para fazer a montagem dos palcos, tendas, praça de alimentação, camarotes, e backstages."
Essa primeira edição será importante para verificar se o conceito artístico foi uma boa ideia. Contratar duas bandas americanas decadentes e de terceiro escalão parece ser uma aposta bastante arriscada.
O Information Society já esteve várias vezes no Brasil, país que foi um dos principais mercados para a banda nos anos 90.
Com seu pop eletrônico suave, com nítidas influências de Depeche Mode e Sigue Sigue Sputnik, agradou em cheio ao público médio fã de emissoras de rádio FM que tocavam o que estava na moda. Tão rápido quando surgiu e atingiu o topo, submergiu na primeira metade dos anos 90, voltando ao underground e ficando inativa por alguns anos.
O Soul Asylum, por sua vez, foi um dos expoentes pop que ganharam destaque com a ascensão do grunge. É da mesma safra de bandas como Blind Melon, For Non Blondes, Concrete Blonde, Counting Crows, Screaming Trees e outras do mesmo quilate.
Com o megahit "Runaway Train", uma das melhores canções pop dos anos 90, a banda caminhava para o superestrelato, com seu líder, o guitarrista e vocalista David Pirner, estampando todas as capas de revistas musicais e de fofocas (foi namorado da então estrela de cinema Winona Ryder).
No entanto, a banda não teve fôlego e acabou perdendo a corrida no superconcorrido mercado norte-americano e voltou ao nível de antes do sucesso. Pirner, bom letrista e compositor, caiu na vala comum e os álbuns passaram a vender cada vez menos. Também já passou pelo Brasil, mas sem muito destaque.
Sobre os Autores
Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.
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