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Dr. Sin e Edu Falaschi: o som pesado nacional também bebe no passado

Combate Rock

23/10/2018 06h46

Marcelo Moreira

Dr. Sin em sua nova formação: da esq. para a dir., Ivan Busic, Thiago Melo e Andria Busic (FOTO: DIVULGAÇÃO)

As maiores novidades – e as mais legais – do rock pesado nacional vêm do passado. Se é que podermos chamar de classic metal, são as bandas desse estilo que estão movimentando o mercado e mostrando alguma vitalidade e ainda atraindo um bom público.

A mais recente novidade é a volta do Dr. Sin, que apresentou na semana passada o seu primeiro single desde o fim do grupo, em 2015. Com Thiago Melo no lugar do guitarrista Edu Ardanuy, o trio encara a nova fase com a mesma qualidade, mas com um hard rock mais moderno.

"Lost in Space" é o single que já aponta para o novo CD, que pode sair ainda em 2018. A música é ótima, mas evidencia o caminho que a banda quer seguir: guitarras menos bluesy, mais pesadas e com menos solos, embora Melo, que tocou com os irmãos Andria (baixo e vocais) e Ivan Busic (bateria e vocais) na banda Busic, seja um excelente instrumentista.

"Essa volta era o que os fãs mais aguardavam e nos trouxe de volta à vida pois o Dr. Sin é a nossa vida", disse Ivan Busic.

Andria, por sua vez, comentou que ele e o irmão ficaram muito orgulhosos do CD da Banda Busic, lançado em 2017, mas que foi impossível ignorar os sinais "evidentes" de que o Dr. Sin teria de voltar.

"O Zeca Salgueiro, o outro guitarrista da banda Busic, foi quem deu a letra: 'Com o Thiago Melo tocando com a gente, é impossível não lembrar do Dr. Sin.' E ele tinha razão. É um legado muito importante o que a banda deixou e é parte muito importante de nossas vidas", disse o baixista.

O som lembra bastante as músicas mais fortes do último CD, "Intactus", de 2015, ainda com Ardanuy. Entretanto, com a tal pegada mais moderna, "Lost in Space" traz um Dr. Sin mais renovado e rejuvenescido.

Quem também soa renovado é outro Edu, o Falaschi, ex-cantor do Angra e que lançou um single com duas canções inéditas e quatro ao vivo.

Enquanto a sua banda Almah descansa, ele dá uma outra versão para a sua carreira solo, agora aproveitando os frutos da "Rebirth of Shadow Tour", onde toca os clássicos do Angra de sua época ao lado de Aquiles Priester, o baterista da banda que foi contemporâneo do vocalista nos álbuns "Temple of Shadow" e "Rebirth".

"The Glory Of The Sacred Truth" é um mergulho nos anos 90, em alto estilo. Falaschi prometeu surpreender quando lançasse as suas duas novas músicas e aproveitou muito bem o tempo que está dedicando à "Rebirth of Shadows Tour".

Revisitar o repertório do Angra da fase em que foi o vocalista e voltar a colaborar com antigos amigos, como Priester e o tecladista Fabio Laguna fez bem ao cantor.

"The Glory Of The Sacred Truth", o primeiro single e vídeo, remete diretamente à fase de ouro do Angra, aquele período entre 1996 e 2004, quando a banda era gigante no Brasil e no exterior.

É um power metal de primeira qualidade, à la Helloween, com bateria insana e guitarras fortes, na cara, com um timbre vintage – ok, os teclados estão um pouco exagerados, como se a ideia fosse acrescentar o Nightwish às influências, mas ainda assim a música é boa e contagiante.

Já "Streets of Florence" é mais cadenciada e bluesy, se transformando em um hard rock vigoroso na segunda metade, com novamente as guitarras assumindo o protagonismo, com dois belos duelos entre os instrumentistas Roberto Barros e Diogo Mafra.

Com o sucesso da turnê com Aquiles Priester e Fabio Laguna, ambos ex-companheiros de Angra, Edu Falaschi deve ampliar o hiato da banda Almah e de sua carreira solo, e a boa repercussão do lançamento das duas novas músicas indica que a formação atual – Aquiles Priester (bateria), Fabio Laguna (teclados), Roberto Barros (guitarra), Diogo Mafra (guitarra) e Raphael Dafras (baixo) – deve ser mantida para futuros trabalhos autorais.

"A música 'The Glory Of The Sacred Truth' é muito forte, melódica e rápida, um power metal tradicional. Compus essa música como ideia de continuar a história que eu, Aquiles e Fábio estávamos escrevendo durante os nossos tempos de Angra", diz Falaschi empolgado com a nova fase.

"Tento colocar a minha visão sobre as fake news [notícias falsas], que são muito comuns hoje em dia quando as pessoas, covardemente, tentam destruir outras vidas usando mentiras e falsas informações. É uma coisa horrível de se fazer especialmente quando você não tem a chance de se defender", conclui.

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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