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Zé Ramalho e Nando Reis, uma dupla que agrada aos dois mundos

Combate Rock

11/08/2018 06h40

Nelson Souza Lima – especial para o Combate Rock

Nando Reis (FOTO: NELSON SOUZA LIMA)

Pode parecer que vou falar de uma dupla sertaneja. Mas não é nada disso. O duo em questão são Zé Ramalho e Nando Reis. O paraibano e o paulistano fizeram dois bons shows no Espaço das Américas na última sexta-feira, 3 de agosto.

Ressalto aqui que foram apresentações separadas. Não cantaram juntos o que frustrou os fãs que esperavam por isso. (Eu incluso). Os caras se apresentaram dentro do projeto "Versão Brasileira" e mostraram tudo o que o público queria: canções fáceis de cantar, com refrões envolventes que fogem do óbvio e da mediocridade que tomou conta da atual MPB.

Além da apresentação em conjunto que não rolou outro aspecto que deixou a galera surpresa/cansada foi o horário dos shows. Zé Ramalho se apresentou primeiro.

Estava marcado pra começar às 23 horas, só que com atraso e tudo o mais que envolve a produção iniciou com vinte minutos de atraso. O público que praticamente lotou a casa saudou o cantor e compositor que foi ovacionado do começo ao fim. Ramalho possui um dos maiores espólios musicais do cancioneiro brasuca.

Só pra mencionar alguns: "Admirável Gado Novo", "Chão de Giz", "Garoto de Aluguel", "Frevo Mulher", "Táxi Lunar" e "Sinônimos". Sem contar a homenagem a Raul Seixas. Como se sabe Zé e Raul foram muito próximos. Do Maluco Beleza o cara mandou "Gita" e "Medo da Chuva", ambas cantadas a plenos pulmões pela galera.

Um show que não comprometeu em nada. Acompanhado da sua Banda Z, Ramalho faz o arroz com feijão, mandando o que os fãs querem ouvir. Básico e eficiente. Por volta das 0:50 terminou sua apresentação agradecendo o público, dando bençãos e tal. Ok. Ai foram quarenta minutos de espera para o show de Nando Reis.

Confesso que já não tenho idade para virar a noite. Ao lado da minha noiva sentamos no chão e tiramos um cochilinho.

Nas pick ups para não deixar o pique cair rolava de tudo dentro do cancioneiro popular brasileiro; Jorge Benjor, Djavan, até os indefectíveis funk e sua linguagem não muito apropriada. Mas enfim, festa da MPB.

O Ruivão deu início ao seu show às 1h32 da madrugada. Diferente da apresentação que eu conferi alguns meses atrás no Tom Brasil na qual Reis apenas cantou e tocou violão, dessa vez veio com a banda e a corda toda. Durante 90 minutos mandou hits dos Titãs, como "Marvin" e "Cegos do Castelo".

Suas parcerias com Samuel Rosa, do Skank. As canções escritas para Cássia Eller como "All Star" e "Relicário" e músicas que são de fácil assimilação com métrica simples, mas que falam ao coração dos apaixonados.

No geral tanto Zé Ramalho, quanto Nando Reis fizeram o que se esperava deles: shows para empolgar e aquecer uma noite que tava uma friaca só. Dois shows nota sete.

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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