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30 anos do ‘Vivid’, o grande álbum de estreia do Living Colour

Combate Rock

09/05/2018 07h00

Flavio Leonel – do site Roque Reverso

A primeira semana de maio de 2018 marca os 30 anos do álbum "Vivid", do Living Colour. Disco de estreia da banda norte-americana, ele foi lançado oficialmente no dia 3 de maio de 1988. A banda faz show único no Brasil nesta sexta-feira, 11 de maio, em São Paulo.

Numa época na qual o hard rock dos Estados Unidos ainda era comandado quase que em sua totalidade por uma legião de loiros branquelos e farofas, a negritude do Living Colour chegou para arrombar as portas de uma vertente do rock que era pouco ou quase nada aberta a músicos negros.

Sem usar deste fato para propagandas ou campanhas e repleto de músicos competentes, o Living Colour trouxe com "Vivid" um cartão de visitas poderoso e com alguns hits que já ficariam marcados na história do rock n' roll.

Corey Glover (vocal), Vernon Reid (guitarra), Muzz Skillings (baixo) e Will Calhoun (bateria) trouxeram um rock pesado com elementos adicionais do então nascente funk metal, que tinha como maiores expoentes o Red Hot Chili Peppers e o Faith No More.

Glover já havia tido certo momento de fama como ator ao participar do grande filme "Platoon", de Oliver Stone, mas as qualidades vocais do sujeito encantariam e confirmariam que seu maior destino era a música.

O talentoso Vernon Reid era outro comandante musical do Living Colour que surgia definitivamente para o meio musical, depois de vários trabalhos com outros músicos, entre eles nada menos que Mick Jagger, eterno vocalista dos Rolling Stones.

Jagger ficou tão entusiasmado com o Living Colour que foi praticamente um padrinho para a banda, ajudando o grupo nas intermediações com a gravadora Epic e simplesmente ajudando na produção do "Vivid", ao lado do respeitado produtor Ed Stasium, que já havia trabalhado com grupos, como Ramones e Talking Heads.

O vocalista dos Stones não apenas ajuda na produção de músicas do disco como também participa de duas delas: "Broken Hearts" e "Glamour Boys", um dos três grandes hits do álbum.

O disco começa com um petardo matador: "Cult of Personality", que traz uma letra repleta de críticas à sociedade necessitada de personalidades para idolatrar, com direito a trechos de discursos de Malcom X, na introdução, e do ex-presidente norte-americano Franklin Roosevelt, no final. A qualidade da canção chegou a ser premiada em 1990 com o Grammy de Melhor Performance de Hard Rock.

Outros dois hits marcantes do álbum foram "Funny Vibe" e "Glamour Boys", está última música indicada para o Grammy de Melhor Performance de Rock por um Grupo ou Duo, enquanto a primeira contou com participações bacanas de  Chuck D e de Flavor Flav, ambos do lendário grupo de hip hop Public Enemy.

Merecem destaque também entre as boas faixas do álbum a música "Open Letter (To a Landlord)", que traz uma performance de gala de Corey Glover, além de "Desperate People" e "Middle Man", que trazem uma guitarra mais do que envolvente de Reid, amparada pelo baixo de Skillings e a bateria de Will Calhoun.

O álbum de estreia do Living Colour faz parte da seleta lista do livro "1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer", de Robert Dimery.

É um disco que rivaliza com "Time's Up", de 1990, em importância para a carreira do Living Colour e que merece ser saudado como um álbum clássico.

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Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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