Topo

Com crítica política e 'técnicas jornalísticas', Supla lança novo álbum

Combate Rock

06/04/2018 06h29

Paulo Martins Silva – especial para o Combate Rock

Rock festeiro e adolescente? Nada mais equivocado para caracterizar a carreira solo de Supla, que um dia liderou a banda Tókio, uma tentativa de fazer música avant garde no rock dos 80.

Afirmação pretensiosa? Certamente sim, mas que serve também para mostrar a inquietação de um artista que teve o trabalho subestimado por muito tempo por uma crônica musical avessa ao conceito de música pop comercial.

Seja como for, o rock festeiro e tremendamente pop agora ganha uma veia mais política no mais recente CD de Supla, que será lançado em concorrido show nesta sexta-feira (6), no Auditório Ibirapuera Oscar Niemeyer, em São Paulo.

"Illegal"  é o 5º álbum de sua carreira, um marco importante para artistas do chamado "classic rock" nacional. Provavelmente é o mais prolífico em relação aos seus contemporâneos e, para comemorar a marca, reuniu um time de veteranos excelentes músicos, como Bruno Luiz (guitarra), Henrique Baboom (baixo), Mateus Schanoski (teclado) e Edgar Avian (bateria).

No repertório da apresentação, o cantor e compositor mostra as novas canções – como "Eu Vou até Tokyo", "Fuck Politics" e "Cresça e Aconteça –, hits do seu repertório – como "Humanos", "Garota de Berlim" e "Green Hair (Japa Girl)" – e alguns covers, como "Imagine" e "Should I Stay or Should I Go".

"'Illegal' é um disco duplo, com versões em inglês e português, e foi gravado com a banda que me acompanha há dois anos", conta Supla no material de divulgação do evento. "Ele traz influências do músico Arthur Lyman (que é um grande arranjador [norte-americano] dos anos 1960 de música da Polinésia) e canções que transitam por estilos diversos, como punk, metal, rock e bossa nova."

E, quem diria, o jornalismo acabou servindo de inspiração para a elaboração do novo álbum, que está crivado de conceitos. "Eu e minha parceira de letras, Tatiana Prudêncio, fomos relatando, como repórteres, tudo o que está se passando na nossa sociedade. Compus as músicas no violão e depois fui decidindo que instrumentos usar em cada uma delas."

O artista acrescenta que a escolha do título do disco se deu por se tratar de uma palavra compreendida nos idiomas português, inglês e espanhol – apesar das diferenças de grafia em cada língua – e pelo fato de o trabalho trazer à tona questões como a imigração e a aceitação das pessoas.

"As pessoas não estão tendo oportunidades em suas próprias terras e estão sendo obrigadas a imigrar, independentemente de fronteiras. Isso vale também para os nordestinos que vieram, por exemplo, ajudar a construir São Paulo. Todos somos imigrantes ou descendentes deles, de alguma forma. E eu acho importante que todas essas pessoas sejam aceitas e tenham condições dignas para viver", diz o músico.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Com crítica política e 'técnicas jornalísticas', Supla lança novo álbum - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
Contato: contato@combaterock.com.br

Mais Posts