Topo

Vinte anos sem Cozy Powell, o baterista que peitava os 'chefões'

Combate Rock

05/04/2018 17h00

Marcelo Moreira

Cozy Powell (FOTO: ARQUIVO PESSOAL/FACEBOOK)

Um músico extraordinário, mas turbulento e explosivo, chegando às raias do intratável, a ponto de atrair a inimizade de um gentleman com Ronnie James Dio.

O inglês Cozy Powell era um baterista mercurial dentro e fora da música, perto ou longe de sua bateria. E ainda assim foi um dos maiores músicos de seu instrumento dentro do rock.

Faz 20 anos neste 5 de abril que Powell morreu em um acidente de carro em uma autoestrada moderna perto de Bristol, na Inglaterra.

Dirigia seu Saab novinho a mais de 160 km/h (era um apaixonado por velocidade) e falava ao celular com a namorada ao mesmo tempo. Não freiou e nem diminuiu a velocidade numa curva e bateu direto no guard-rail, capotando várias vezes. Morreu na hora.

Gostava de viver freneticamente nos palcos e na vida em geral. Era a mellhor coisa de uma banda de rock pesado do começo dos anos 70 chamada Bedlam, e foi o elemento que impulsionou a primeira encarnação do Jeff Beck Group. Os dois batiam sempre de frente, mas o respeito mútuo era enorme.

Também havia muito respeito entre o guitarrista Ritchie Blackmore e Powell quando estiveram juntos no Rainbow, mas o temporamento irascível e encrenqueiro do baterista esgotou rapidamente a paciência de Ronnie James Dio. Nunca se bicaram

A passagem de Cozy foi muito intensa, credenciando-o como um dos músicos mais requisitados da década seguinte. Tocou com Yngwie Malmsteen, no trio Emerson, Lake and Powell (com keith Emerson e Greg Lake), integrou o Whitesnake e o Michael Schenker Group e também o Black Sabbath, na fase de maior ostracismo da banda.

Entre os bateristas, era admirado pela precisão, pela versatilidade e pela liderança. Sempre contribuía em todos os sentidos para os projetos em que se envolvia.

Entre os apelidos que tinha estava o "Motor", ou seja, um músico que se adaptava muito fácil e que empurrava qualquer conjunto musical.

E, por ironia, foi justamente a sua paixão por motores e velocidade que o matou. Um dos gigantes do rock pesado, teria 70 anos se estivesse vivo.

Provavelmente estaria rivalizando nas viradas e na criatividade com seus amigos veteranos Ian Paice (Deep Purple, às vésperas de completar 70 anos) e Bill Ward (Black Sabbath, quase setentão, ainda que esteja em ritmo bem mais lento).

Em 1996, Cozy Powell concedeu uma longa entrevista ao jornalista Joe Geesin. À beira dos 50 anos de idade, a ideia era que o baterista fizesse uma retrospectiva de sua carreira com os principais artistas com quem trabalhou. Hilária, acabou sendo um testamento de sua personalidade, contando vários podres das bandas e dos seus chefões.

O portal brasileiro Whiplash traduziu e publicou tempos atrás um trecho dessa entrevista. Clique para ler.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Vinte anos sem Cozy Powell, o baterista que peitava os 'chefões' - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
Contato: contato@combaterock.com.br

Mais Posts