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Cherry exaltou a resistência e a importância do underground de SP

Combate Rock

04/12/2017 14h58

Marcelo Moreira

Cherry Taketani, à frente (FOTO: DIVULGAÇÃO)

O visual sempre foi diferente e agressivo, assim como a música que praticou durante a maior parte de sua vida. Só que os cortes de cabelo malucos e das mais variadas cores, além de roupas pretas e "dark", escondiam uma personalidade doce e de ótimo astral. E assim Cherry cativava e mostrava vários mundos descortinados no underground paulistano.

Cherry Taketani, que morreu no último final de semana em consequência de um câncer agressivo recém-descoberto, cantava e tocava guitarra. Era uma das figuras mais conhecidas do cenário punk e metal da cidade, com mais de 30 anos de atuação em bandas como Okotô, que liderou, e o Hellsakura.

Há pouco mais de dois anos estava na formação mais recente do Nervochaos, banda veterana de thrash/death metal de São Paulo que se tornou uma das mais importantes do país na atualidade.

Cherry recebeu há poucos dias o diagnóstico de câncer, de acordo com a assessoria de imprensa do Nervochaos. Ela estava em turnê como guitarrista da banda de death metal Nervochaos na Rússia até 19 de novembro. Três dias depois, precisou ser internada.

Em comunicado oficial curto, a banda confirmou a morte de Cherry, mas não informou que tipo de câncer a vitimou e se ela morreu na Rússia ou no Brasil.

Inteligente e educada, a guitarrista mantinha a postura iconoclasta para lembrar que rock era atitude – para pessoas como ela, mais do que nunca sempre foi atitude.

Se o movimento punk perdia força na virada dos anos 80 para os anos 90, Cherry era uma das artistas que fazia questão de lembrar que a ousadia e a fúria não morrido, ainda que o seu incompreendido Okotô enfrentasse certa resistência na mídia e entre o público punk-metal.

O radicalismo na música e nas atitudes contrastavam, de certa forma, com uma disciplina de trabalho de causar inveja a muita gente. E justamente essa, entre outras qualidades, a levaram para integrar o Nervochaos.

O underground da música pesada paulistana uma de suas figuras mais emblemáticas. Vão com Cherry a postura firme e destemida de resistência, assim como suas boas histórias e suas amáveis conversas sobre a vida. Termine logo, 2017…

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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