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Blues com sotaque latino brilha na América do Norte

Combate Rock

20/11/2017 06h30

Marcelo Moreira

Guitarristas latinos em profusão no blues da América do Norte. Não é de hoje que isso ocorre, mas são poucos os que conseguira, o status de três músicos que simplesmente redefiniram um jeito de tocar o instrumento dentro do gênero. São eles Chris Duarte, Anthony Gomes e Lance Lopez.

Chris Duarte é o mais bem-sucedido, e na minha opinião o melhor deles. Um de seus álbuns mais emblemáticos é "Infinity Energy", seu 1oº trabalho, em quase 30 anos de carreira. É um legítimo representante da escola texana, muito próxima do rock e do experimentalismo de ZZ Top, Fabulous Thunderbirds e Stevie Ray Vaughan.

"Infinity Energy" traz o melhor de Duarte: frases rápidas e melódicas, muita precisão e algum peso, mostrando um blues-rock de primeira qualidade. Com uma Feder Stratocasster barata, começou a tocar em diversos clubes de jazz dos Estados Unidos até adquirir experiência e versatilidade.

Abraçou o blues em meados dos anos 80, mas só foi gravar o seu primeiro álbum solo em 1987, "Chris Duarte & The Bad Boys, 1987″. O sucessom não veio, o que retardou o lançamento de seu segundo e melhor trabalho, "Texas Sugar/Strat Magik", de 1994. "Infinity Energy" é muito bom, e provavelmente é um dos grandes lançamentos do ano.

Já Lance Lopez tem carreira sólida e um de seus bons trabalhos é "Salvation from Sundown". Mais adepto do hard rock, tem uma pegada mais dura, mais reta, mas com um senso melódico muito apurado. Como Duarte, aposta em fraseados rápidos e pesados, mas não é tão técnico.

Outra coincidência em relação ao texano Duarte: Lopez teve contato muito cedo com o jazz. Não poderia ser diferente, já que nasceu em uma cidadezinha do interior da Louisiana, Estado que hospeda a mais musical cidade norte-americana, Nova Orleans.

Foi nesta cidade que conheceu Jumi Hendrix aos 13 anos de idade, em 1990, o que o fez migrar para o blues e seguir os caminhos de seu pai, ao se fixar na Flórida aos 17 anos. Já tinha todas as influências de Stevie Ray Vaughan e B. B. King, que o ajudaram a vencer cinco concursos seguidos de novos talentos instrumentais.

Sua primeira experiência séria em estúdio só ocorreria em em 2003, quando escreveu, gravou e produziu o álbum "Wall of soul", junto com o guitarrista e amigo Eric Gales, que empresta um pouco de seu talento e habilidade com guitarra e vocal em algumas faixas do álbum.

Em 2005 Lance se reúne com Buddy Miles para montar um projeto não oficial com "Band of Trouble" , com um ex Johnny Winter, Stevie Ray Vaughan e o baixista do Arc Angels, Tommy Shannon. Esta unidade combinou membros de "Hendrix's Band of Gypsys" e do Stevie Ray Vaughan, o "Double Trouble" para igualar com a última fundação final do trabalho de guitarra de Lance Lopez. Compartilharam em concertos com artistas como Rick Derringer, Joe Bonamassa, Chris Duarte e Kenny Wayne Shepherd.

No mesmo ano vem o segundo álbum com o seu pedigree, pela  Grooveyard Records, o "Simplify your vision". Nesta produção, ainda um pouc crua, Lance convidou alguns dos músicos mais pesados do funk, jazz e do blues-rock. Da força do groove de "Day fo Dreams" e James Brown, inspirado no funk de "Shake Joint" a faixa seria nomeada como "Tour-De-Force".

Em 2007 ele grava o "Higher ground" que é um evento especial das guitarras de Lance e todos os outros instrumentos com o convidado especial uma estrela do blues texabo atual, Wes Jeans, nas faixas "Everytime I turn around" e "Hard livin'". Ainda em 2007 é lançado também o disco "Live" que já de primeira faixa Lance começa com a música "Spanish castle magic", um magnifico tributo a Jimi Hendrix.

Anthony Gomes está a quilômetros de distância dos outros dois, tanto em estilo como em localização geográfica. Canadense, filho de pai português,  caiu de cabeça desde criança no blues e no rock. Respeitado músico de estúdio em Toronto e figurinha fácil em jam sessions com músicos da cidade em bares de blues, conseguiu angariar uma reputação de excelente instrumentista e ótimo no improviso.

Seu primeiro registro fonográfico, no entanto, só saiu do forno em 1998, aos 28 anos, com "Blues in Technicolor". Entretanto, foi nos últimos anos que a produtividade do guitarrista explodiu, com quatro álbuns colocados no mercado:  "Anthony Gomes Live" (2008),  Primary Colors (2008), "Rebel Blue" (2009), "New Soul Cowboys" (2009), "Up 2 Zero" (2012) e "Electric Field Holler" (2015).

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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