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Morre George Young, o anjo da guarda do AC/DC

Combate Rock

23/10/2017 16h19

Marcelo Moreira

George Young nos anos 60 (REPRODUÇÃO/FACEBOOK)

Ele tocou baixo em algumas músicas do AC/DC no estúdio algumas vezes, e em duas ocasiões subiu ao palco no comecinho da banda, em botecos imundos de Melbourne e Sydney. Já tinha sido astro de rock, mas nunca quis tocar na banda, já que preferia os bastidores a produção.

Não é exagero dizer que George Young, ex-músico da banda australiana Easybeats, dos anos 60, foi fundamental para a existência do AC/DC. Há quem diga que, sem ele, o quinteto não teria atingido o estrelato.

Young era o irmão mais velho de Malcolm e Angus, a dupla que criou, consolidou e manteve o AC/DC por mais de 40 anos na estrada. Sete anos mais velho do que Malcolm, instruiu a dupla sobre as armadilhas do show business e transformou o som cru da banda em algo agressivo, pesado e potente. Fez a música dos irmãos mais novos voar para o sucesso.

George Young morreu nesta segunda-feira (23/10), aos 70 anos de idade, sem que as causas tenham sido reveladas até o momento. "É com dor no coração que anunciamos a morte do nosso amado irmão e mentor, George Young. Sem a sua ajuda e orientação, nunca teriam existido uns AC/DC", escreveu a banda na sua conta de Facebook.

Talentoso e visionário, encontrou no holandês radicado na Austrália Harry Vanda o parceiro ideal para trilhar o caminho do empresariamento e da produção musical.

A dupla se valeu do enorme prestígio de George para se estabelecer rapidamente no mercado na primeira metade dos anos 70, produzindo e guiando várias das principais atrações artísticas do rock e do pop da Austrália naquele período.

As coisas caminhavam bem, mas o ouro estava dentro de casa. Percebendo o empenho dos irmãos menores, ainda que desconfiado do que pudesse sair daquela duplinha de guitarristas, George foi dando os primeiros conselhos e guiando-os para ao menos conseguir um lugar entre as principais bandas.

Com talento musical e também para os negócios, viu a fúria energética de Angus e a liderança nata de Malcolm, ele e Vanda decidiram finalmente investir no AC/DC.

"High Voltage", "T.N.T" (e sua "versão" internacional, "Dirty Deesd Done Dirt Cheap"), "Let There Be Rock", "If You Want to Blood, You Got It" e "Powerage" foram a insana e brutal produção de estúdio do AC/DC, colocando a banda entre as principais do rock pesado no mundo e estabelecendo um novo padrão de sonoridade ríspida e agressiva.

Nem mesmo a troca de comando dos botões em "Highway to Hell", de 1979 – saem Young e Vanda, entra o sul-africano Robert "Mutt" Lange – abalou a confiança dos irmãos mais novos em George, que voltaria a ajudarm o AC/DC na produção em 2000, no álbum mediano "Stiff Upper Lip".

Por três vezes foi homenageado pela indústria musical australiana e pela associação de músicos daquele país como a figura mais importante do rock local, seja por ter liderado os Easybeats, seja por impulsionar a carreira do AC/DC.

 

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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