Topo

Sons of Apollo moderniza o prog metal e lança excelente álbum

Combate Rock

21/10/2017 06h55

Marcelo Moreira

Enquanto o baterista Mike Portnoy faz uma apresentação calcada nas músicas do Dream Theater na noite deste sábado, no Carioca Club, o exímio baterista pode ser apreciado também em mais um trabalho paralelo, em mais um supergrupo criado por ele.

Sons of Apollo é o nome da empreitada, que terá o seu CD de estreia lançado no Brasil em breve pela Hellion Records no final de outubro.

"Psychotic Symphony" é o nome do álbum, com nove músicas e um metal progressivo mesclado com pitadas de heavy metal e hard rock. Diante do time escalado, era previsível que o álbum seria bom, mas a alta qualidade do material surpreendeu, já que poucos esperavam que fosse tão bom.

Estão com Portnoy no Sons of Apollo o vocalista Jeff Scott Soto (ex-Yngwie Malmsteen e Talisman, entre outros), o guitarrista Ron "Bumblefoot" Thal (ex-Guns N' Roses), o baixista Billy Sheehan (Mr. Big, Winery Dogs) e o tecladista Derek Sherinian (Black Counstry Communion, ex-Dream Theater).

O álbum foi produzido por Mike Portnoy e Derek Sherinian, dupla conhecida como The Del Fuvio Brothers, que é o apelido dado a eles durante os anos de Dream Theater.

"Mike e eu trabalhamos em um ritmo implacável no estúdio", conta Sherinian no material de divulgação da obra. "A música é moderna, mas nós temos uma velha alma juvenil. O que é único sobre Sons of Apollo é que nós temos a verdadeiro magia do rock junto com o virtuosismo."

A banda Sons of Apollo se reuniu de uma maneira muito orgânica, como explica Mike Portnoy no memso material promocional: "Derek e eu nos reunimos pouco depois de ter deixado Dream Theater em 2010 e reunimos uma banda instrumental com Billy Sheehan e Tony MacAlpine. Foi a primeira vez que trabalhei com Derek desde os anos 90, quando estava no Dream Theater e foi ótimo trabalhar novamente com ele. Desde essa turnê, que realmente era uma coisa única, ele me cutucou para começar Uma banda original e em tempo integral. Até então não tivemos tempo para isso, pois eu tinha muitas outras coisas para finalizar, mas agora finalmente ela nasceu e se concretizou", explicou o baterista.

À parte essa declaração ufanista e arrogante típica de momentos de divulgação de trabalhos que reúnem músicos renomados, o som é realmente moderno, e isso fica claro na música "Coming Home", o primeiro single divulgado.

Com um instrumental muito bem trabalhado, e uma velocidade estonteante, o primeiro single traz um vocal ótimo de Soto gritando em meio a um peso surpreendente para quem apostava em um hard rock ou prog metal mais cabeçudo ou virtuoso.

No entanto, a música que abre a obra, "God of the Sun", é a que dá o tom do CD – um som pesado, mas cadenciado, com uma profusão de influências que vão de Fates Warning a Symphony X.

Para quem temia alguma loucura nas guitarras de Bunblefoot, a boa notícia é que o músico se mostra focado e totalmente entrosado, extrapolando, no bom sentido, os limites do hard rock e voando em complexas melodias.

É o caso de "Labyrinth" e "Alive", onde as guitarras predominam e os teclados de Sherinian fornece um tapete formidável para as viagens de Bumblefoot.

O tecladista é o destaque da progressiva e etérea "Figaro's Whore", enquanto que serve de linha mestra para a interessante "Signs of the Time".

Na melhor faixa do álbum, "Opus Maximus", onde todos os maneirismos e elementos que fizeram do Dream Theater uma grande banda de heavy metal estão presentes, quem brilha é Billy Sheehan, conduzindo a música de forma precisa e liberando Bumblefoot e Sherinian para duelarem.

É também nesta faixa instrumental que Portnoy se solta, demonstrando a sua apurada técnica e a sua vitalidade – ele é o chefe, mas deixou quer todos brilhassem anteriormente, para que pudesse tomar da faixa que encerra o CD.

Não se sabe por quanto tempo essa superbanda vai durar, já que não é a prioridade de nenhum dos integrantes. Portnoy ainda toca no The Winery Dogs, com Sheehan e o guitarrista vocalista Ritchie Kotzen, no Transatlantic, no Flying Colors e em sua banda solo – fundador do Adrenaline Mob, com Russell Allen (cantor do Symphony X), teve de deixar a banda por falta de tempo.

Ainda assim, o álbum do Sons of Apollo já é candidatíssimo a ser um dos melhores de 2017.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Sons of Apollo moderniza o prog metal e lança excelente álbum - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
Contato: contato@combaterock.com.br

Mais Posts