Topo

Beijo de fã e arena fazem show do Bon Jovi em SP superar o do Rio

Combate Rock

27/09/2017 06h31

Flavio Leonel – do site Roque Reverso

FOTO: DIVULGAÇÃO/MERCURY CONCERTS/RICARDO MATSUKAWA

O sábado, dia 23 de setembro de 2017, deve ter ficado marcado para sempre na memória dos fãs do Bon Jovi. Tudo porque a banda norte-americana realizou um show recheado de enormes emoções no novíssimo festival São Paulo Trip, realizado na Arena do Palmeiras.

É possível, por alguns fatores decisivos, dizer que a participação do grupo no evento da capital paulista colocou no bolso a realizada um dia antes no tradicionalíssimo Rock in Rio.

Na apresentação no Allianz Parque, que contou o lotação claramente esgotada, os fãs do grupo tiveram inúmeros momentos de êxtase, com o local atingindo níveis de som ensurdecedores, mas nítidos, favorecidos especialmente pela acústica sensacional. Além de uma boa performance do Bon Jovi, o show teve direito a beijo, abraço e dança de uma fã com o vocalista Jon Bon Jovi e a execução da super solicitada música "Always", que não havia sido tocada no Rio de Janeiro.

Sim, o Rock in Rio, com 100 mil pessoas presentes na noite da banda, contava com mais gente do que as cerca de 50 mil do evento em São Paulo. Também o local na capital fluminense era muitíssimo mais amplo que o da capital paulista. Mas é, talvez, também aí que exista uma diferença importante: a concentração do som num local que tem a fama de pulsar como poucos em jogos de futebol e que, a cada show ou festival, vem mostrando uma evolução clara nas condições de som.

A reportagem do Roque Reverso já fez diversas coberturas de eventos de rock na Arena do Palmeiras. Desde a apresentação histórica de abertura, com o ex-Beatle Paul McCartney em 2014, passando pelos shows do Iron MaidenAnthraxColdplayAerosmith e Guns N' Roses em 2016 e chegando às apresentações do próprio São Paulo Trip de 2017, em nenhuma oportunidade, a junção do som de bandas com o público no Allianz Parque se tornou tão impactante.

Aqui não estão sendo abordados o peso e a pegada, já que, se fosse assim, Iron Maiden e Anthrax ganhariam fácil. Tampouco está sendo abordada qualidade do show, já que o próprio Paul, o Guns e, por exemplo, o The Who dias antes, no mesmo festival, tiveram performances memoráveis. O que está sendo medido é a combinação de vibração do público com a acústica do local.

A catarse coletiva em torno do Bon Jovi vem de anos de estrada. No próprio Rock in Rio, conforme foi abordado aqui, ela voltou a aparecer. Mas, em São Paulo, a própria banda pareceu ter ficado claramente emocionada com toda a festa observada na noite amplamente convidativa de sábado na capital paulista.

Os fãs de Bon Jovi podem até ficar irritados com a constatação, mas a voz do vocalista da banda dá sinais claros de desgaste. No Rock in Rio, isso ficou nítido e as resenhas não pouparam Jon Bon Jovi, assim como não poupariam no dia seguinte Axl Rose, do Guns.

Jon Bon Jovi pode até não ter lido nada sobre a performance no Rock in Rio, mas fez questão de usar o show do festival para dar uma provocada no público de São Paulo. Para muitos, ele pareceu querer provar que alguns críticos estavam errados sobre a apresentação no festival carioca.

Logo de cara, já depois de a banda iniciar o show com a música "This House Is Not for Sale", do novo álbum de mesmo nome lançado em 2016, o vocalista perguntou se o público no Allianz Parque havia visto pela TV a apresentação no Rio. Para completar, disse que acreditava que o show de São Paulo poderia ser melhor.

O público abraçou a ideia e, de fato, confirmou a expectativa do vocalista. Jon Bon Jovi tem experiência. Com seus 55 anos de idade, ele sabe alguns truques para amenizar as dificuldades da voz. Além de usar o ótimo restante da banda para salvá-lo em poderosos backing vocals, ele tem uma legião de fãs capazes de

Os super hits "You Give Love a Bad Name" e "Born to Be My Baby" foram os primeiros grandes exemplos de catarse coletiva a níveis incríveis. A arena vibrava e era impossível não se contagiar.

O público presenta na arena era 90% feminino. E o melhor: 100% deste público feminino estava com um sorriso inacreditável, bastava parar e olhar do lado, atrás e à frente. As mulheres são lindas por natureza, mas felizes e radiantes são algo simplesmente espetacular.

Um dos momentos mais marcantes do show foi quando o grupo tocou a bela "Bed of Roses". De repente, uma fã, autorizada pela banda, subiu ao palco para encontrar Jon Bon Jovi. Ela deu um "selinho" ao cumprimentá-lo. Completamente em transe, a moça abraçou, encontrou o rosto no ídolo e até dançou com ele.

Na plateia, os suspiros se alternavam com gritos. E havia tanto as meninas que estavam se imaginando no lugar dela, naquilo que era interpretado como um verdadeiro sonho de fã, como aquelas que até tinham ciúmes ao ver o ídolo com outra moça.

Foi um momento extremamente emocionante e daqueles que marcam qualquer espetáculo. Pode ser algo milimetricamente planejado? Sim, pode. Mas é emoção a flor da pele e algo que dificilmente sai da mente, mesmo de quem não é fã de carteirinha do grupo.

Bon Jovi em São Paulo (FOTO: DIVULGAÇÃO/RICARDO MATSUKAWA/MERCURY CONCERTS)

Outra execução marcante foi a de "It's My Life". Música que levanta até morto em velório, ela foi cantada até pelos vendedores de cerveja e auxiliares que trabalhavam na arena alviverde.

Momentos de emoção também seriam vistos nas faixas seguintes. "Someday I'll Be Saturday Night", "Wanted Dead or Alive", "I'll Sleep When I'm Dead", "Have a Nice Day", "Keep the Faith"  e "Bad Medicine" conseguiram manter toda aquela atmosfera.

Pausa para um breve descanso e todos no Allianz Parque já sabiam que haveria o tradicional bis. O desejo das fãs desde o Rock in Rio era que "Always" fosse executada. No festival carioca, por mais que inúmeros pedidos tivessem sido feitos, a banda não executou a canção. No evento paulista, a música veio e a consequência foi um grito incrível de satisfação da plateia, que cantou letra por letra junto.

Foi então que, já não bastasse a surpresa maior da noite, a banda tirou do bolso nada menos que seu maior hino. "Livin' on a Prayer" veio forte e impactante, como sempre é imaginado.

A questão é que ela não somente veio forte como quase fez a Arena do Palmeiras explodir. Em um nível de som elevadíssimo, o público entoou aquele que pode ter sido uma das músicas cantadas com a maior intensidade da história dos shows de rock naquele espaço.

O Bon Jovi fechou a apresentação memorável com a também emocionante "These Days". De quebra, no agradecimento, o vocalista disse que a banda voltará numa outra turnê mundial em 2018, já gerando uma nova onda de expectativas para os fãs.

O saldo final foi dos mais gratificantes para quem assistiu àquela apresentação. O Bon Jovi pode, para muitos fãs de rock mais exigentes, até não preencher todos os quesitos desejados do estilo. É inegável, porém, que o grupo entrega nos shows ao público um dos elementos mais importantes: a diversão plena.

Rostos felizes e uma sensação de "show da vida" eram facilmente vistos na arena alviverde. A banda, claramente emocionada, teve certeza que aquela apresentação na capital paulista não foi algo comum.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Beijo de fã e arena fazem show do Bon Jovi em SP superar o do Rio - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
Contato: contato@combaterock.com.br

Mais Posts