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Rock brasileiro brilha com Sepultura, Republica e Capital Inicial

Combate Rock

25/09/2017 07h00

Marcelo Moreira

Capital Inicial no Rock in Rio (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Os artistas de rock brasileiros que tocaram neste final de semana no Rock in Rio fizeram bonito em pelo menos três ocasiões, destacando-se em meio a um mar de atrações infindável, sendo que parte delas era de qualidade bastante questionável.

A banda paulista Republica chamou a atenção pelo show impecável no palco Sunset. Com seu heavy metal tradicional puxado para o hard rock, o grupo agradou o público que lotou as imediações do palco, e vibrou bastante quando a convidada especial, a violinista Iva Giracca, participou da balada "Tears Will Shine" e na pauleira "Broken".

Mostrando bastante segurança, com um álbum que foi lançado há poucos dias, "Brutal & Beautiful", o Republica foi um oásis de qualidade em um evento que espantou o som pesado para longe.

Sorte que mais uma vez tivemos um show de Sepultura, banda onipresente – só não rocou no Rock in Rio de 1985. Se por um lado é um absurdo o grupo estar em todas as edições do festival – será que não existem outras bandas no Brasil? -, por outro temos de agradecer por sua participação, já que o heavy metal em 2017 foi raridade.

Com a qualidade de sempre, o Sepultura se deu ao luxo de experimentar ao tocar músicas do mais recente álbum, "Machine Messiah", além de convidar a Família Lima para a participação especial.

Os clássicos agitaram o público, como "Inner Self", mas o Sepultura queria mesmo era dar ênfase ao novo álbum, e abriu com I Am the Enemy", uma das mais poderosas faixas da obra. "Machine Messiah" e "Iceberg Dances" também agradaram bastante, embora poucos, de fato, soubessem do que se tratava.

Se a banda deu passo em falso com a esquisita parceria com Zé Ramalho na última edição, acertaram agora com a Família Lima, que casou bem o seu som puxado para o erudito, com violinos e cellos, com o peso do Sepultura. Uma grande apresentação.

Já o Capital Inicial fez um set bem conciso e enxuto, mas com muita energia. Provavelmente foi o melhor show da banda em todas as edições do festival.

Esbanjando vitalidade, Dinho Ouro Preto, o vocalista cantou bem e mostrou que é, atualmente, um homem de frente dos mais capazes no rock nacional.

Ele não poderia deixar de passar suas mensagens de cunho político, mas desta vez foi menos incisivo e loquaz, limitando-se a algumas generalidades sobre corrupção, mas com uma pancada direta no presidente Michel Temer, a quem a música "Que País É Este?", já gravada por Legião Urbana e Paralamas do Sucesso, foi dedicada.

Merecem menção também pelo bom trabalho realizado os Raimundos que, mesmo escondidos, fizeram um show divertido e bastante pesado; os Titãs, que decidiram fazer um feijão-com-arroz e foram elogiados pela performance; Skank e Jota Quest, que fizeram o seu pop rock com bastante competência.

 

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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