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Uma gaitista argentina encanta em festival de blues e em novo CD

Combate Rock

26/07/2017 07h00

Marcelo Moreira

A moça entrou com certa timidez e cautela no palco. Pequenina, olhou para o lado em busca de aprovação e segurança. Todos da banda pareciam relaxados até demais.

O gigante ao seu lado entrou como se nada estivesse acontecendo e fez uma certa mesura. Quando o público em bom número rugiu, a menina abriu um enorme sorriso.

Necessidade de aprovação? Longe disso. Apenas precisava de um indicativo para saber se estava "em casa". A receptividade do público paulistano no Parque Villa Lobos fez a instrumentista e cantora perceber que poderia contar com eles e brindou a todos com uma excelente apresentação no 3º Festival BB Seguridade de Jazz e Blues em São Paulo no começo de julho.

Simpática e um pouco tímida, a gaitista argentina Xime Monzon precisou de apenas uma música para se soltar e dominar o palco ao lado do amigo Flávio Guimarães, gaitista do Blues Etílicos.

Xime está mais do que habituada a tocar no Brasil e, assim como o conterrâneo gaitista Nico Smoljan, já arranha o português de tanto que toca por aqui. "Mas ainda tenho sempre aqueta tensão, aquela sensação gostosa de quando se toca pela primeira vez algum lugar. Tocar no Brasil é instigante e prazeroso."

Apesar de tocar em várias cidades no Festival BB Seguridade com vários artistas e ter de adaptar o seu repertório a uma apresentação ao lado de Guimarães, a moça aproveito para divulgar seu mais recente CD, "My Harp My Soul", distribuído no Brasil e na América do Sul pela Chico Blues Records.

A instrumentista é uma frequentadora habitual das casa de shows brasileiras, principalmente nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Adepta de uma pegada um pouco mais tradicional, na linha seguida pelas brasileiras Tiffany Harp, Indiara Sfair e Sara Messias, Xime mostra algumas novidades em seu novo trabalho.

Sua abordagem para alguns clássicos do blues é interessante porque alia elementos mais modernos e um tratamento mais reverente, e tudo na medida certa.

Ao contrário dos conterrâneos Nico Smoljan e Natacha Seara, Xime Monzon se destaca pelo tradicionalismo, ainda que se permita a floreios e certas divagações, como em "Babe Please Don't Go", de Big Joe Williams, classicaço de todos os tempos, "Blues Carnegie", de Jimmy Reed, e "Raining in My Heart", de James Isaac Moore.

A melhor faixa, entretanto, é "Blues Never Die", de Otis Spann, com uma interpretação magistral da gaitista. "My Harp My Soul" é um achado em relação ao blues atual, mostrando uma faceta diferente da gaita diatônica blueseira que estamos acostumados no Brasil.

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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