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McGee & The Lost Hope e Freak Company: as meninas pisam fundo no stoner rock

Combate Rock

17/07/2017 06h23

Marcelo Moreira

McGee & The Lost Hope (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Enquanto as meninas estão mandando bem em um som pesado e hard cantando em português, outras aderiram ao mais legítimo stoner rock com características norte-americanas esbarrando em um blues pesado e pegajoso, É o caso das ótimas bandas McGee & The Lost Hope e Freak Company.

Estabelecida no Rio de Janeiro, o trio McGee & The Lost Hope não poderia se distanciar das raízes ianques nem que quisessem, já que a cantora e líder Mauren McGee nasceu em Seattle, nos Estados Unidos, embora já esteja completamente ambientada ao Brasil.

O grupo lançou neste ano o EP "Sensitive Woman", que está em todas as plataformas de venda virtuais e streaming. São quatro músicas que destilam um blues viscoso, pesado e sensual, na linha da banda multinacional Blues Pills, só que com menos peso.

Mauren é estilosa, canta muito bem e exala "setentismo", ora lembrando Janis Joplin mais contida, ora esbanjando o vigor com o timbre bacana da escocesa Maggie Bell (Stone the Crows) e uma certa malemolência rebelde exalada por Joan Jett.

Já o guitarrista Bernardo Barbosa, carioca, é um blueseiro de muita experiência, tendo acompanhado na Europa o bluesman norte-americano Gwyn Ashton. Seu timbre oscila entre o peso de Gary Moore, o virtuosismo de Rory Gallagher e a energia de Joe Bonamassa

As referências são mais do que clássicas em relação ao instrumental, indo dos indefectíveis Led Zeppelin a Neil Young, passando por Deep Purple, Jimi Hendrix e até The Doors.

O cartão principal de visitas é a faixa-título, que transborda sensualidade bluesy em uma longa divagação instrumentação.

Se Mauren McGee não tem aquele vozeirão, sabe como poucas valorizar cada nota e cada palavra, em uma interpretação saborosa e intensa.

"Better Run" é outro destaque, mais rápida e urgente, lembrando muito o trabalho das norte-americanas The Runaways de Joan Jett e Lita Ford – e isso é proposital, provavelmente, já que Mauren mantém um projeto paralelo, uma banda cover das Runaways.

Freak Company (FOTO: DIVULGAÇÃO)

A banda Freak Company, de Campinas, voltou recentemente de Los Angeles, onde masterizou o seu primeiro EP, autointitulado.

Criada em 2012, está centrada no casal Flávia Stella (vocais) e Jehan Gabriel (guitarra) – completam a formação o baixista Henrique Ucci e o baterista Atus Filigoi.

A ideia era fazer uma fusão de influências que vão de Black Sabbath, Queens of the Stone Age e Red Hot Chili Peppers, como afirmam seu site, mas a coisa extrapolou. O som tem muito de Sabbath, mas também de Led Zeppelin e Deep Purple, com um som setentista nítido e explícito.

É stoner, mas também é hard rock graças ao groove da guitarra de Gabriel. É pesado, mas tem um balanço sedutor que é difícil encontrar em bandas brasileiras que se aventuram pelo gênero.

"You Got Me Running" é o carro-chefe, com sua levada bluesy gostosa e uma guitarra certeira, conduzindo a melodia com bastante malandragem.

"Slide (Wrong Way)" e "Shivers" são grooveadas e mais orientadas para o rock, com a guitarra se destacando novamente, enquanto que "Knock Off Boy" é um pouco mais rápida e pesada, com Flávia tomando conta de tudo de uma forma incontestável.

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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