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Há 50 anos, o Festival de Monterey definia a música pop como a conhecemos hoje

Combate Rock

24/06/2017 07h14

Marcelo Moreira

Formação original do Who: da esq. para a dir., Roger Daltrey, Keith Moon, John Entwistle e Pete Townshend (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Não foi o maior, nem o principal, mas foi o mais importante. Há 50 anos o Festival de Monterey transformava a música pop de mero evento de entretenimento para uma nova forma de consumir música e cultura, reunindo em um mesmo local a nata de que de melhor se fazia na arte em geral.

Woodstock foi ápice de uma era, Altamont pode ter sido o epitáfio, Concert for Bangladesh, em 1970, e Concert for Kampuchea, em 1979, foram emblemáticos, assim como o California Jam em todas as suas edições, só que certamente o começo de tudo foi em um buraco empoeirado na Califórnia, no calor seco do verão de 1967.

Foi no condado de Monterey que o conceito de festival de rock foi formatado. Os americanos aprenderam rápido, tendo por base, entre outros, o inglês Richmond Jazz Festival.

A ideia era reunir o que de melhor a arte pop norte-americana poderia produzir naquele verão, com uma grande ajudinha dos amigos ingleses.

Polidamente, os Beatles recusaram participar do evento, mas Paul McCartney fez questão de ser um dos curadores, ao lado de Eric Burdon, outro inglês que agora adotava Los Angeles como sua casa.

O flower power e o clima psicodélico de paz e amor contribuíram para que Monterey fosse histórico e mudasse a história da música pop de forma definitiva, com um impacto tão grande quanto o movimento punk dez anos depois.

Foi ali, no palco de Monterey, que Janis Joplin e sua sua banda se transformaram em estrelas mundiais, assim como o soulman Otis Redding.

Monterey também catapultou The Who para o estrelato – antes era só mais uma banda da invasão inglesa.

Monterey ainda fez muito mais, ao transformar o alienígena Jimi Hendrix em gênio da guitarra e do rock, com sua apresentação literalmente incendiária, após colocar fogo em sua guitarra depois de uma caótica e intensa apresentação do Who, que destruiu os instrumentos ao final de seu show.

Foi Monterey que deu o pontapé para o que podemos chamar de criação de megaeventos de música pop, tanto em termos de organização como de montagem de elenco. Monterey foi fundamental para que a música e o rock se transformassem no que são hoje.

 

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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