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Cinema redescobre o rock, e astros voltam a gravar e tocar

Combate Rock

22/06/2017 06h24

22Marcelo Moreira

Muita gente estranhou quando surgiram notícias no final da década passada de que dois astros veteraníssimos, Willian Shatner ("Jornada nas Estrelas") e Christopher Lee ("Senhor dos Anéis", entre outros) apareceram em CDs de de rock declamando poemas ou interpretando letras – Shatner até cantou algumas vezes.

Apesar da surpresa, não era novidade na carreira dos dois, que desde o final dos anos 90 contribuíam com narrações e declamações em projetos de rock e heavy metal.

Lee gravou três álbuns no projeto Charlemagne neste século e foi elogiado pela performance – o ator morreu em 2015, aos 93 anos.

Já Shatner, o "Capitão Kirk" do seriado e dos filmes "Star Trek", atualmente com 85 anos, foi bastante requisitado para álbuns de rock progressivo recentemente, mas suas primeiras gravações são de 1968.

O último trabalho, "Pounder the Mistery", de 2013, teve produção de Billy Sherwood, multi-instrumentista que hoje toca baixo no Yes.

Os dois veteranos astros deram meio que um pontapé no retorno dos atores de cinema e TV na área musical, incentivando gente como como Jared Leto (30 Seconds to Mars), Hugh Laurie (da série "Dr. House"), Juliette Lewis e Johnny Deep a retomar projetos musicais, como veremos logos mais, breve, em mais um texto sobre o assunto.

Além desses nomes, ganham destaque outros astistas de cinema, inclusive ganhadores de Oscars, que lançaram álbuns recentes:

Meryl Streep – Grande surpresa do ano passado, uma das maiores estrelas do cinema na história (18 indicações para o Oscar, com vitória em três ocasiões), Meryl Streep mergulhou em um universo estranho, o rock'n'roll, no filme "Ricki and the Flesh", onde interpreta uma cantora e guitarrista decadente, trocando em botecos à noite e se virando como caixa de supermercado de dia. Na época com 65 anos de idade. abraçou a personagem e aprendeu a tocar guitarra e a cantar para poder trabalhar no filme, com uma ajuda fenomenal do guitarrista e cantor australiano Rick Springfield, também experiente ator. A trilha sonora é bem legal, com a atriz cantando em 10 das 14 faixas – e tocando um pouco de guitarra em algumas. Destaques: "American Girl", de Tom Petty, que abre o filme, "My Love Will Not Let You Down" e "Bad Romance".

Jeff Bridges – Vencedor do Oscar de melhor ator por "Crazy Heart" ("Coração Louco", no lançamento no Brasil) em 2010, Bridges, de 66 anos, deu um tempo no cinema para gravar sem pressa o seu segundo álbum, "Jeff Bridges". Assim como no referido filme, o ator fez um bom trabalho no CD, cantando e tocando violão em temas de country music clássica – aliás, o personagem dele no filme premiado era o de um cantor country meio decadente. O álbum lançado em 2011 pela Blue Note Records foi relançado no final do ano passado. Os destaques são "Falling Short" e "Tumbling Vine", as duas músicas em que assina sozinho a composição.

Jeff Daniels – Também no country milita o ator Jeff Daniels, atualmente conhecido por seu papel na série "The Newsroom" – também foi protagonista dos primeiros filmes "Débi e Loide", ao lado de Jim Carrey, nos anos 90. Ator bem-sucedido e premiado aos 61 anos, também pesseia com desenvoltura pelo blues e já gravou seis CDs, a maioria deles com renda para o teatro e a instituição The Purple Rose Theater". O mais recente é "Grandfather's Hat", de 2012, que curiosamente foi relançado também no final de 2015. Detasques: a faita-título, "Have a Good Life" e a melancólica, mas com certo humor, "Forgive Me, Robert Johnson".

Guy Pearce – Um dos melhores atores de sua geração, o australiano Pearce, aos 48 anos, provavelmente seria músico se não tivesse optado pelo cinema. Entretanto, seu primeiro CD só foi lançado em 2014. "Broken Bones" investe em um pop rock moderno, com boas melodias e um trabalho bom de guitarras, quase todas tocadas pelo ator. "Storm" é a melhor canção, que ganhou um videoclipe muito legal. Como ator, participou de filmes importantes, como "Prscila, a A Rainha do Deserto", "L.A. Confidential" ("Los Angeles, a Cidade Proibida", com Russell Crowe e Kim Basinger) e "O Conde de Monte Cristo".

Zooey Deschanel – A estrela de "500 Dias" parecia despontar para uma carreira fulminante com sua beleza e seus profundos olhos azuis, mas aparentemente a fama não a atraiu, tanto que, desde 2010, deu mais atenção a sua banda de pop rock, She and Him, ao lado do parceiro M. Ward, que é multi-instrumentista. "Classics", o mais recente álbum, deixa um pouco de lado o folk dos álbuns anteriores e adere a uma sonoridade mais pop e acessível, com  predomínio da voz delicada da moça de 36 anos. Destaques: "Time After Time" e "I'll Never Be Free".

Johnny Depp – Depois de um bom tempo longe dos palcos, o astro Depp, aos 52 anos, foi convencido pelo amigo Alice Cooper a fazer parte do projeto musical Hollywood Vampires – o ator inclusive tocou com a banda que veio ao Rock in Rio 2015, duelando nas guitarras com ninguém menos do que Joe Perry, guitarrista solo do Aerosmith. O nome do projeto deriva de uma confraria de beberrões de Los Angeles, "liderada" por gente como Cooper e Keith Moon (baterista do The Who) integrada por muitos músicos e atores. O álbum, autointitulado, foi lançado no começo de 2015 e Johnny Depp toca guitarra em pelo menos metade das faixas.

 

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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