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Chuck Berry: a essência do rock e o começo de quase tudo

Combate Rock

19/03/2017 07h00

Marcelo Moreira

FOTO: DIVULGAÇÃO

Bill Haley pode ter sido um dos precursores e Elvis Presley, a a imagem definitiva. No entanto, Chuck Berry era a essência do rock. Ou, como disse Keith Richards, era a própria personificação do gênero.

Irascível, genioso e genial, Berry foi o músico que definiu o gênero com composições que serviram de base para quase tudo – "Roll Over Beethoven", "Johnny B. Goode", "Come On"e mais uma penca de hinos roqueiros.

A guitarra era sempre faiscante, com uma profusão de riffs e um som cru e harmonioso. Os Beatles eram fãs, os Rolling Stones , discípulos, e o Led Zeppelin, totais servos.

A origem de tudo – ou quase tudo? Pode-se dizer que sim. Frases, licks, riffs, estrutura harmônia e melódica… quase tudo o que foi feito no rock tem um pé na musicalidade de Berry – até mesmo o jeito marrento e a postura rebelde e outsider que  um dia caracterizaram os roqueiros.

Aos 90 anos, o pioneiro guitarrista morreu e deixa não um legado, mas uma obra de imensa importância para a música moderna. Toda reverência é pouco para homenageá-lo.

Os brancos tomaram conta e se sobressaíram, com as manchetes do início divididas entre Elvis, Carl Perkins, Johnny Cash, Jerry Lee Lewis e Buddy Holly, mas a essência, na verdade estava em outro lugar.

Os negros Fats Domino e Little Richard deram o tom, mas foi Chuck Berry quem desbravou e mostrou o caminho. Nunca foi tão fácil entender o poder da música popular como nas notas e riffs do ousado guitarrista que transformou os passinhos meio ridículos em uma dancinha e em marca registrada – o duck walk, passo de pato.

Ketih Richards já o hvia encontrado por muitas vezes durante mais de 40 anos, mas foi quando finalmente conseguiu tocar com o ídolo em um espetáculo, em 1986 (do qual foi produtor e que virou filme), que pode perceber a dimensão daquele pioneiro então em certo ostracismo.

"Não era um cara dos mais fáceis de se lidar. No palco, entretanto, tudo clareava e as dificuldades sumiam. Sua musicalidade era tanta que tudo ficava fácil, Tudo se encaixava e ele comandava apenas olhando e acenando. Era sobrenatural", disse o stone anos depois, a respeito daquele evento. "A genialidade em muitos casos está na simplicidade da coisa. E ele simplificava de tal modo que tudo ficava maravilhoso."

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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