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Movimento Riot Grrrl redefine o papel feminino no rock

Maurício Gaia

08/03/2017 17h23

Durante muito tempo, o papel da mulher no rock era o de ser groupie, quando muito, vocalista, se atendesse certos quesitos estéticos (sim, há exceções, mas elas costumam comprovar a regra).

Essa situação começou a mudar a partir do movimento punk: as meninas começaram a assumir instrumentos e posições antes destinadas aos homens, mas ainda assim lutavam contra o estigma: "mulher não sabe tocar tão bem quanto o homem" e, constantemente, eram desencorajadas a continuar a tocar.

Bratomobile (foto: divulgação)

Foi dentro da cena underground do hardcore, no começo dos 1990, que Allison Wolfe, Molly Neuman (ambas da banda Bratmobile) iniciaram uma colaboração com Kathleen Hanna e Tobi Vail (ambas do Bikini Kill) no fanzine Riot Grrrl, dando nome a um movimento que já existia.

Temas como estupro, abuso sexual, violência doméstica, racismo, misoginia e empoderamento feminino eram abordados por bandas que fugiam do estereótipo "garotas bonitas e gostosas" que predominava nas décadas anteriores. Embora suas integrantes neguem o papel de liderança, tanto Bratmobile como Bikini Kill são as bandas que mais se destacaram no cenário.

Bikini Kill (Foto: Allison Wolfe/Divulgação)

Kathleen Hanna, do Bikini Kill, fundou em 1998 a banda de eletro-pop Le Tigre, que também abordava temas referentes ao universo LGBT. O Le Tigre lançou três albuns e teve suas atividades suspensas em 2007. O documentário "Who Took The Bomp?", retrata a última excursão da banda.

Em 2010, ela foi diagnosticada como portadora da Doença de Lyme, com a qual ela lutava desde 2005. A história de Hanna e sua luta contra a doença é contada no documentário "The Punk Singer". Desde 2010, ela lidera o projeto The Julie Ruin, que lançou seu segundo álbum "Hit Reset" no ano passado.

Tobi Vail hoje hoje é escritora freelance, tendo publicado as antologias "Pussy Riot: A Punk Prayer for Freedom" e "The Riot Grrrl Collection". Molly Neuman atualmente é a responsável pelos projetos de música no Kickstarter e Allison Wolfe vive em Los Angeles, participa de vários projetos musicais e foi uma das criadoras do Ladyfest, um evento de artes e música reunindo artistas mulheres, feministas ou não. O Ladyfest acontece em diversas cidades do mundo, desde 2000.

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

Sobre o Blog

O Combate Rock é um espaço destinado a pancadarias diversas, com muita informação, opinião e prestação de serviços na área musical, sempre privilegiando um bom confronto, como o nome sugere. Comandado por Marcelo Moreira e Mauricio Gaia, os assuntos preferencialmente vão girar em torno do lema “vamos falar das bandas que nós gostamos e detonar as bandas que vocês gostam..” Sejam bem-vindos ao nosso ringue musical.
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