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Hangar e Hardshine redimem o hard'n'heavy brasileiro

Combate Rock

24/01/2017 06h46

Marcelo  Moreira

A letra H parece ser um sinal de excelência no rock brasileiro. Depois dos excelentes trabalhos do Hibria e do Heaviest em 2015, outras bandas de rock pesado mostraram boa performance no ano passado e lançaram dois dos álbuns mais interessantes – Hangar e Hardshine.

O Hangar teve um ano cheio em 2016, com o lançamento de "Stronger Than Ever" e a gravação/lançamento do DVD "Live in Brusque". Foo um feito elogiável da banda gaúcha, ainda mais porque o baterista e líder, Aquiles Priester, ainda com com os paulistas do Noturnall, esteve até há pouco com os alemães do Primal Fear e faz frequentes viagens para Los Angelews, nos Estados Unidos.

O novo álbum do Hangar é denso e variado, de muito bom gosto. a banda acertou em diversificar o formato, mesclando o heavy tradicional que sempre caracterizou o seu som com elementos de hard rock, pop e até mesmo jazz.

"Stronger Than Ever" parece evidenciar ser o ponto de maturação do grupo, que chega ao auge de suas performances com apuro técnico e inteligência e escolha de arranjos.

A busca de novos caminhos e a incorporação de novos elementos elevou os músicos de patamar, tudo isso com uma ótima produção e apuro técnico exemplar.

"Just Like Heaven" e "A Letter 1997 (MHJ)" são exemplos de que o som mudou, para melhor. São duas baladas singelas, mas com peculiaridades sonoras que merecem ser observadas, assim como as boas letras, reflexivas e diferenciadas em relação ao que vemos no mercado nacional.

O hard e o heavy aparecem com as ótimas "Beauty In Disrepair" e "Reality Is A Prison", confirmando a evolução na qualidade das letras e a escolha acertada dos timbres de guitarra.

"We Keep Running The Course" e "The Hangar of Hannibal" apresentam soluções ousadas e até mesmo surpreendentes em termos de harmonia, mas em algum momento perdem um pouco o pique – um preço a se pagar tentar fazer algo diferente.

Ainda assim, "Stronger Than Ever" mostrou qualidades suficientes para se destacar em um ano recheado de bons lançamentos.

Já a banda paulista Hardshine é a nova iniciativa do vocalista Leandro Caçoilo, que também empresta os vocais para a excelente Seventh Seal, do ABC paulista. "So Far and So Close" foi lançado no finalzinho de dezembro, com uma pegada surpreendente.

A banda tem em suia formação , além de Caçoilo, Pedro Esteves (G), Bruno Ladislau (B) e Anderson Alarça (D), músicos experientes e conhecidos.

O que chama a atenção é a opção pelo hard'n'heavy, uma área congestionada por bandas de qualidade em 2016. A galeta fez a lição de casa e conseguiu mostrar um rock pesado com acento pop, mas sem vulgarizar e apelar.

O lançamento de  "So Far and So Close" é o primeiro da gravadora TRM Records, uma empresa que decidiu ir na contramão e apostar em rock pesado autoral, de qualidade, ainda que o contexto nacional – em todos os sentidos – mostre que o mar está turbulento.

Há boas músicas, várias com potencial para single. "Do You Believe" é mais oitentista, com suas levadas mais bluesy, assim como a ótima "Hard Way".

A faixa-título é mais pesada, com bom trabalho de guitarras, embora com vocal pouco ousado. Caçoilo se redime com a bela "Now and Forever" e na estupenda "Don't Leve Me Now", ara se retrair um pouco em "Pay Your Sins".

A banda Hardshine demorou, mas entregou o que vinha prometendo desde as primeiras demos: um rock pesado intenso, ainda que sem ousadia e inovação. Começou bem na carreira fonográfica, apesar dos três anos de gestação do álbum.

 

 

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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