Maurício Gaia

Metallica, aquela banda que no começo dos anos 2000 era conhecida por lançar álbuns medianos e brigar com seus fãs na internet, está lançando seu aguardado álbum "Hardwired…to Self Destruct". São 77 minutos com canções que dialogam com várias fases da banda – isso justifica não só a ansiedade dos fãs, como antecipe o veredito "é o melhor álbum do Metallica desde… 'The Black Album"', o que não chega a ser exatamente um elogio – já que quase nada se salva desde aquele álbum. Talvez a melhor faixa do álbum seja justamente a que menos soa Metallica, "Dream No More", com ecos do grunge.

Mas quem melhor resume o que penso sobre este album e sobre Metallica em geral é o psicanalista Marcos Donizetti: "Se falou 'Metallica' e 'disco bom' na mesma frase hoje, sinto que minha opinião é de que temos um péssimo prognóstico. É tipo reencontrar a ex-namorada depois de vinte anos e querer reviver as transas gloriosas do passado, justificando com 'Ah, ela lê Veja, vota no PSDB, bateu panela, mas tem um papo bom e…' "

Para não ser acusado de ter má-vontade com a banda, segue a melhor performance deles em muitos anos (posso estar sendo nostálgico também, pois eu tinha um teclado Casio idêntico ao que Jimmy Fallon liga no começo da música).