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Edu Falaschi celebra boa fase com um grande álbum do Almah

Combate Rock

08/11/2016 07h00

Marcelo Moreira

Edu Falaschi (FOTO: DIVULGAÇÃO/SITE OFICIAL DO ARTISTA)

O melhor sempre está por vir. O mantra que muita gente adota serve para muitas coisas e para várias situações, mas frequentemente não diz muita coisa. Para o cantor Edu Falaschi, ex-integrante do Angra e hoje à frente do Almah, a frase se adequa perfeitamente ao momento atual de sua carreira.

Comemorando 25 anos de carreira e com três produtos distintos no mercado em 2016, é difícil não considerar este como o melhor e mais prolífico ano de sua carreira. "As coisas estão ótimas, dando certo, o que só aumenta o meu orgulho por tudo o que fiz. As coisas estão bem legais, e deixo para os fãs essa coisa de melhor ano", disse o vocalista ao Combate Rock.

No primeiro semestre, nos estúdios do UOL Música Deezer, Falaschi já deixava claro que 2016 seria um ano especial por conta dos lançamentos de "Moonlight", um CD solo acústico e com orquestra onde revisita algumas músicas que gravou com o Angra e com o Almah, o novo de sua banda, "E.V.O.", e a primeira parte de um tributo dedicado a ele.

Foi nesta entrevista ao programa de web rádio Combate Rock que o cantor mencionou, de forma discreta, que o melhor sempre estava por vir, ao mencionar os projetos para os próximos 25 anos.

Edu Falaschi renasce e curte o ótimo momento após um período longo e conturbado, onde teve que enfrentar problemas de saúde, a morte da mãe e a saída do Angra, em 2012.

Recuperado, exala uma leveza e um bom humor que contrastam com as declarações polêmicas e raivosas na internet em meados dos anos 2000. "Maturidade, serenidade, use o termo que for mais adequado. É bom estar tranquilo e vendo os frutos de 25 anos de trabalho e um reconhecimento bacana. O fato de haver um tributo a minha carreira é maravilhoso."

Mas será que Falaschi é o único que rema contra a crise que devora casas de shows e coloca muito mais obstáculos para as bandas independentes?

"Antes fosse. Estou correndo e trabalhando bastante, como todos. Não está fácil, mas fico feliz que as coias estão caminhando bem para mim. Foram três lançamentos em um único ano, projetos que foram recebidos de forma entusiástica e existe a possibilidade de mais shows ao lado do Angra neste final de ano. Não dá para reclamar, mas não são tempos fáceis", declarou.

A inusitada união entre Angra e Almah é uma solução não tão surpreendente, já que o próprio Angra se juntou anos atrás ao Sepultura para uma turnê brasileira de ótimos resultados. Por enquanto, serão três shows marcados.

E como será o reencontro com os ex-companheiros, depois dos vários problemas que o vocalista enfrentou na ex-banda?

"Vai ser uma coisa bem legal, um encontro inusitado sim, mas sem problema algum. O relacionamento é bom com o Rafael Bittencourt e com o Kiko Loureiro [os dois guitarristas], sou amigo do Felipe Andreoli [baixista] e o guitarrista Marcelo Barbosa, do Almah, é o substituto do Kiko enquanto este está no Megadeth. E já fiz uma participação especial em um show do Angra tempos atrás. Vai ser um encontro pesado e interessante", diz Falaschi animado.

Enquanto considera a hipótese de lançar um DVD do Almah em 2017 ou 2018, saboreia as boas críticas que o recém-lançado "E.V.O.", o melhor dos cinco álbuns que a banda já gravou. Por ironia, é o menos pesado.

 

Ele concorda com os elogios: "Ainda que seja um pouco clichê, considero o novo álbum mais bem resolvido, reunindo todas as minhas influências. Talvez seja mais um efeito da maturidade e da serenidade (risos)."

Alguns vão estranhar, mas "E.V.O." é menos pesado do que os anteriores. No entanto, é bem mais variado e aposta na diversificação de influências e arranjos . Tem metal, mas também tem hard rock e músicas com ganchos pop, grudentos, mas de muito bom gosto.

De cara chama a atenção do uso disseminado de violões, como na abertura, a bela e intensa "Age of Aquarius", com seu climão etéreo no início para depois engatar uma sequência veloz.

"Higher" pode ser considerada a melhor música, com sua brilhante conjugação de guitarras pesadas e intercaladas, mostrando um belo duelo ao longo de toda a faixa.

Não se trata de um álbum conceitual por definição, mas existe um certo "conceito", uma ideia, no caso. "Eu quis abordar um tema que fala de mudanças importantes em nossas vidas. "Baseia-se na evolução da mente e da alma das pessoas durante uma nova era que o mundo está prestes a viver, a 'Era de Aquário."'

Segundo Falaschi, são abordados assuntos diversos, que estão conectados com o conceito principal, criando uma série de letras intrigantes, que vão desde a mitologia greco-romana até teorias ortodoxas e esotéricas, astrologia, história antiga e contemporânea.

Almah (FOTO: DANILO FACCHINI/DIVULGAÇÃO)

As duas últimas chamam a atenção por conta de, de certo modo, destoarem do conceito e também por quebrarem o clima positivo e de otimismo que permeia "E.V.O.".

Com letras fortes e de protesto, "Corporate War" e "Capital Punishment" batem pesado nos conglomerados empresariais que se aproveitam da desgraça humana e no comportamento corrupto que predomina em boa parte do mundo. Não à toa, são as mais pesadas do disco.

"Infatueted" e "Pleased to Meet You" tendem mais para o hard rock, com um acento pop. Falaschi caprichou nas letras e nos arranjos para piano e teclados, que são destaques nas duas faixas.

"E.V.O." é um trabalho muito bom, que transpira bons fluídos e mostra Falaschi mais leve e mais ousado, buscando soluções diferentes para canções que demonstram certa sofisticação. É um dos grandes acertos de sua carreira.

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Sobre os Autores

Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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