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30 anos do romântico, progressivo e pop ‘Invisible Touch’, álbum do Genesis

Combate Rock

17/07/2016 12h00

Rafael Franco* – publicado originalmente no site Roque Reverso

Lançado na primeira quinzena de junho de 1986, o clássico disco "Invisible Touch", do Genesis, completou 30 anos de existência no dia 9 deste mês e ainda é lembrado como um dos álbuns de maior sucesso daquela década. Gravado pela Atlantic Records entre outubro de 1985 e março do ano seguinte, marca também mais um belo capítulo do enorme talento de Phil Collins, vocalista e baterista que então já trilhava bem-sucedida carreira solo e praticamente "carregava nas costas" o trio que formava com Tony Banks (tecladista) e Mike Rutherford (guitarra e baixo).

Puxado pelo hit que dá nome ao disco, que é aberto justamente com esta faixa-título, "Invisible Touch" traz outros grandes sucessos.

Estão entre eles a viajante e um pouco sinistra "Tonight, Tonight, Tonight", de quase 9 minutos de duração, "Land of Confusion", que também marcou época pelo seu bom videoclipe que estourou na MTV, "Throwing It All Away" e a ótima balada "In Too Deep".

Décimo terceiro disco de estúdio do Genesis, o "Invisible Touch" conseguiu agradar, de certa forma, fãs mais antigos e então novos da banda britânica, pois misturou ao seu repertório um pouco da sua fase progressiva, iniciada no fim da década de 60 e que depois continuou forte até pelo menos a metade da de 70, quando tinha Peter Gabriel nos vocais e um maior número de integrantes.

A faixa "Domino", dividida em duas partes, denominadas "In The Glow Of The Night" e "The Last Domino", possui quase 11 minutos de duração e lembra muito este período inicial do grupo, mas ao mesmo tempo também não tem o menor pudor em mergulhar em uma vertente mais pop, sem abrir mão dos tão utilizados sintetizadores, marca registrada de muitas bandas da década de 80. Acompanhados por uma bateria eletrônica, eles também estão presentes na faixa "Anything She Does", que transcorre em um ritmo mais rápido e alucinante do que quase todas as outras faixas do álbum.

Das oito músicas do disco, três das melhores delas ("Invisible Touch", "Tonight, Tonight, Tonight" e "In Too Deep") são assinadas por Phil Collins, que não por acaso se tornou uma fábrica de produzir hits com a versatilidade de quem é multi-instrumentista que é baterista de origem e passou a exibir seus dotes como pianista (ou tecladista) e percussionista, além de ter se consolidado como bom vocalista.

Também resgatando a fase mais progressiva da banda, o "Invisible Touch" é fechado com uma música instrumental, batizada "The Brazilian", que é disparada a faixa menos interessante do disco.

Romântico

Carro-chefe do álbum, a faixa "Invisible Touch" relata a paixão de um homem por uma mulher que consegue dominá-lo totalmente com um "toque que parece invisível, agarra seu coração e lentamente o vence", como destaca parte dos refrões do hit, que também diz que ela "tem a habilidade de tomar tudo o que vê". Embora possua uma letra pegajosa, a música tem uma toada contagiante e se tornou um sucesso instantâneo na época.

Já "Land of Confusion" ("Terra da Confusão"), de tom crítico com o objetivo de abordar a realidade da época, não citava líderes governistas nominalmente, mas criticava de forma velada, irônica e bem-humorada o cenário político em um momento no qual o Reino Unido tinha a "Dama de Ferro" Margareth Thatcher no poder, a ainda existente União Soviética, liderada por Mikhail Gorbatchev, e Ronald Reagan presidindo os Estados Unidos. Não por acaso, eles aparecem no famoso clipe com bonecos de animação que estourou na MTV na época.

Balada clássica da história do Genesis, "In Too Deep", quarta faixa do álbum, é um hit assumidamente "triste", que começa de forma introspectiva e com um homem se questionando "sobre o que poderia fazer da vida, fazendo todos os tipos de perguntas para si mesmo e nunca encontrando as respostas". Em seguida, em tom de arrependimento, declara amor para a mulher que ele lamenta estar perdendo e que um dia desprezou, admitindo que deu "muitas razões para ela ficar sozinha quando não queria se envolver e pensava que ela sempre estaria lá" para ele.

Melosa como a sua letra não deixa mentir, foi um consolidado hit romântico da banda, que ainda abordou outra desilusão amorosa na penúltima faixa deste disco, "Throwing It All Away", uma balada levada da mesma forma em ritmo lento e com uma letra não menos "profunda" do que "In Too Deep", com o perdão do trocadilho.

Certo trecho da sua letra diz: "Toda vez que eu a olho eu posso ver o futuro porque você sabe que eu sei, baby, que eu não quero ir embora", em um caso clássico de um relacionamento prestes a se romper ou que já se rompeu, no qual os dois lados estão "jogando tudo fora", que é a tradução livre do nome desta música.

Mas, independentemente de misturar fases de sua trajetória neste álbum, o inegável é que o "Invisible Touch" foi um grande sucesso comercial. Considerado o mais emblemático da história da banda, vendeu mais de 20 milhões de cópias, assim como atingiu o topo das paradas britânicas e ainda emplacou seis discos de platina nos Estados Unidos, onde também alcançou o terceiro lugar das paradas.

Quase 50 anos do 1º Genesis

Consolidada como uma banda que vendeu mais de 100 milhões de discos, o Genesis teve a sua primeira formação em 1967, sendo que o ex-vocalista Peter Gabriel deixou o grupo em 1975, sendo substituído em seguida por Phil Collins nesta função. Ao todo, o grupo gravou 15 discos de estúdio e sete ao vivo.

Para comemorar os 30 anos do álbum do Genesis, veja vídeos descolados no YouTube das músicas "Invisible Touch", "Land of Confusion", "Tonight, Tonight, Tonight", "In Too Deep" e "Throwing It All Away".

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Marcelo Moreira, jornalista, com mais de 25 anos de profissão, acredita que a salvação do Rock está no Metal Melódico e no Rock Progressivo. Maurício Gaia, jornalista e especialista em mídias digitais, crê que o rock morreu na década de 60 e hoje é um cadáver insepulto e fétido. Gosta de baião-de-dois.

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